A REPRESENTATIVIDADE DA VOZ QUE ECOA
“Tombando na
realidade, a verdade encontrou.”
Festival Dosol - Agosto 2018 -
Fotografia : Luana Tayze.
Por: Gabriel Jonatas C. da Silva, Isabelle Cristine
Regis Moura, João Raphael Pereira N. R. Abrantes, Klara Sophia de Oliveira,
Luan Santos Damascena, Luana Ingrid de S. Carvalho, Wilkle Vitor G. da Silva.
Dentro de uma nova cena musical
que tem surgido na capital potiguar, diversos novos artistas tem cantado
através de diferentes estilos musicais. Outra grande arte que tem ganhado força
e espaço são as drag queen’s, que tem visto seu trabalho ascender em meio a uma
explosão de ritmos pelo país saindo apenas dos “closes” das maquiagens e
performances então tornando a explorar um novo âmbito, o musical. E é então por
meio da união dessas duas grandes artes vamos conhecer e explorar um pouco mais
desse universo através da mais nova cantora e drag queen do cenário potiguar:
Potyguara Bardo.
Ela que foi motivada a cantar
após momentos difíceis de sua vida, entrou para o meio da música através de
“uma realização muito forte, de um encontro com o divino dentro de mim...”
alegou ela. Sendo assim, levada a cantar, antes como dubladora e assim
percebendo que precisava ir além disso, precisava levar algo mais as pessoas e
a si mesmo. Desde a adolescência vinha se envolvendo com a arte através da
escrita que foi se desenvolvendo, e segundo ela mesma, serviu como treinamento
para suas futuras letras, por acabar expondo no papel, em forma de poesia, o
que deu vida às suas atuais melodias.
Ao falar da forma que começou
como drag, mostrou que não tinha uma alta popularidade nas redes sociais, se
sentia deslocada do meio em que vivia, com isso, até brinca e é reconhecida
pelo fato de ser envolvida com o místico do universo, repetindo sempre a frase
“Eu não existo”, o que deu vida à sua música mais conhecida “Você não existe”.
Apesar disso, costumava fazer sempre “textões” no facebook de forma a se impor
politicamente, entretanto, ainda não havia uma identidade formada logo quando
começou.
Sobre seu nome, o Potyguara tem a
sua origem vinda, em suas palavras, do “meu avatar no jogo da vida que nasceu
aqui nesse lugar onde as pessoas são chamadas de potiguares..” afirma a cantora
de origem Norte-Riograndense, porém seu
outro nome, o Bardo, vem da inspiração de um livro que fala sobre uma
linearidade, onde se tem um potencial infinito de possibilidades, segundo a
interpretação apresentada pela artista.
Ela também se diz muito feliz
pelo interesse não só de drag queen’s, mas de todos LGBTQ’S que tem se inserido
na música e a forma como essa popularidade tem invadido festivais de música,
sendo esse o motivo de um dos questionamentos que a levou a afirmar com alegria
o quanto “acha incrível que drag’s estejam sendo chamadas para grandes
festivais, acho que isso é só o começo de tudo”, deixando assim uma mensagem
positiva e do quanto mais se é se possível alcançar, também desencadeando um
tanto mais de espaço e representatividade no espaço artístico. Ao ser
questionada da sua diferenciação de outras drag’s ela afirma: “eu to falando
das minhas próprias vivências e escolhas, enquanto outras drags falam da sua
própria existência ou das coisas que são pertinente falar sobre.” Sendo isso,
para ela, é uma diferença referente a qualquer artista que trabalhe com música.
Referente ao seu álbum, o
“Simulacre”, teve como inspiração sua vida, outras drags que cantam e também
até mesmo outros artistas que fazem música serviram como sua inspiração para
que surgisse o conteúdo apresentado em seu primeiro trabalho musical completo
de estúdio, que foi desenvolvido através de um projeto da incubadora Dosol, que
além deste, produziu outros três álbuns originalmente potiguares.
Neste trabalho de Potyguara
Bardo, ele conta com duas participações especiais, ambas com artistas
potiguares e onde uma deles é com outra drag, a Kaya Conky. Em relação à suas
músicas ela alega que “Você Não Existe” demonstra seu maior crescimento
enquanto pessoa, pois nessa faixa ela afirma que: “a mensagem espiritual que eu
estou aqui para falar e que eu percebi que deveria falar sobre, e queria que
isso pudesse atingir o coração das pessoas.” Mas em relação ao trabalho
artístico, na música “Jogo da Vida” é a que ela alega mais mostrar sua faceta
como artista, pois é uma música em que retrata bem o seu “avatar” na vida e em
ter se arriscado e experimentado seguir na música.
Então, toda essa artista que
conhecemos, tem se popularizado na cena musical, proporcionando visibilidade
não apenas para a cena local quanto também para a música representativa e em
meio a isso, frutos tem se colhido por Potyguara Bardo, além da participação em
festivais musicais potiguares, foi premiada em um dos maiores prêmios de música
da capital potiguar, o Prêmio Hangar 2018 como revelação musical do ano.
Mostrando assim, o que um futuro brilhante ainda pode reservar.
Potyguara Bardo e parte de sua banda - Prêmio Hangar - Dezembro 2018.
Abaixo se encontra o link com
áudio da entrevista completo:
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