O MACHISMO EM AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE
As dificuldades de se expressar em meio a um
cenário onde sua criação é exigida, porém, constantemente podada por ideias
nada inovadoras.
Por: Ana Cláudia Macêdo, Cecília Aranha, Cecília Monteiro, Gardênia Araújo, Isis Medeiros, João Pedro Costa e Thaís Britto.
Devido a necessidade de uma
maior atenção a presença do machismo e suas facetas no meio publicitário,
objetivamos nos aprofundar na causa e para isso, buscamos opiniões de pessoas
próximas. Dessa forma, entrevistamos profissionais que atuam no mercado e podem
opinar com mais propriedade acerca do tema e, com isso, nos proporcionar a
visão de quem vive esta realidade a partir de suas experiências. Fizemos pontes
com publicitários e uma jornalista, dentre eles: Állika, 31 anos, redatora e
diretora de criação, que também é administradora e possui pós-graduação em
marketing estratégico, a Ana Raquel, 21 anos, produtora de conteúdo; a Marília
Moura, 23 anos, jornalista e redatora e o Gabryel, 23 anos, que atua como Social
Media.
Iniciamos as entrevistas
questionando sobre a situação em si, perguntamos se algum dos entrevistados
foram vítimas do machismo em agências de publicidade ou se conheciam alguém.
Állika
relatou que é muito comum, pois as agências são repletas de machismo, onde
assédios e piadas sexistas fazem parte do cotidiano e o mansplaining impera,
exemplifica na relação do setor de atendimento com o de criação, já que em sua
maioria o atendimento é de predomínio feminino e o de criação, masculino.
Gabryel,
quando questionado sobre a influência de um ambiente machista no
desenvolvimento profissional, afirma: ‘’ [...] O modelo de
trabalho machista não acrescenta em nada os alcances profissionais. Aqueles que
dizem que não impede, são tão machistas quanto os demais que fazem o ambiente
de modo hostil.”.
Marília, acredita que é necessário tomar uma posição e reagir
diante dessas situações com muita força e coragem, além de manter pulso firme
com seus ideais, buscar apoio de outras mulheres quando possível é o caminho a
seguir, impondo assim suas opiniões e demarcando o seu lugar. Sobre o cenário:
será que estamos no caminho da mudança?
A Ana Raquel concorda que a situação
tem prazo de validade e, sem sombra de dúvidas, já está mudando. Raquel,
acredita que tudo isso também está sendo viabilizado pela presença ainda
iminente de mulheres no meio: “cada dia mais as jovens, mulheres, que têm
entrado no mercado publicitário demonstram suas ideias e as defendem com unhas
e dentes. O feminismo se faz presente e encoraja através de empatia e
sororidade a união entre as mulheres neste mercado. ”
Em suma, desenvolvemos essa
pesquisa porque queremos ressaltar a tamanha importância de um debate sobre a
temática e também por, entre situações reais e muitas vezes banalizadas,
revelar e alertar aos futuros estudantes de publicidade e/ou profissionais de
outras áreas que não é cabível aceitar e deixar a situação de inferiorização se
perdurar, pois, é inaceitável que a capacidade de um profissional seja medida,
ou reprimida, pelo seu gênero.
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