O ENCANTADOR DE SERPENTES
Análise Crítica Audiovisual - (Comunicação / UFRN)
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Emily in Paris
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
METROPOLIS (1927)
O filme Metropolis, lançado em 1927, é uma obra-prima do cinema mudo dirigida por Fritz Lang. É considerado um dos primeiros grandes filmes de ficção científica e um marco na história do cinema por sua estética inovadora, narrativa simbólica e crítica social. Metropolis foi originalmente exibido com cerca de 2 horas e 30 minutos, mas cópias foram editadas e cenas foram perdidas ao longo do tempo. Em 2008, foi encontrada uma cópia quase completa em Buenos Aires, permitindo uma restauração significativa em 2010. O filme continua sendo estudado e celebrado como uma das obras mais influentes da história do cinema. Em 2001, foi o primeiro filme a ser incluído no registro da UNESCO "Memória do Mundo".
O protagonista, Freder, filho do governante da cidade, descobre as condições desumanas dos trabalhadores e se junta a Maria, uma líder espiritual que defende a união entre as classes. A história também envolve um robô (uma das primeiras representações de inteligência artificial no cinema) e explora temas como desigualdade, luta de classes e o perigo da industrialização descontrolada.
Metropolis é mais do que um filme; é um marco cultural e um exemplo da força do cinema como meio artístico e político. Seus visuais atemporais e sua narrativa universal tornam esta obra essencial para qualquer amante da sétima arte. A mensagem final – que "o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração" – continua sendo um poderoso apelo por empatia e cooperação em tempos de divisão.
DE VOLTA AOS 15
Já imaginou reviver as descobertas da adolescência, os momentos de diversão junto aos amigos e poder abraçar novamente alguém especial que partiu? Embora a vida real nos permita acessar memórias, seja a partir de fotos, cheiros, ou lugares, somente na ficção a viagem no tempo se torna real. É com base nesse elemento ficcional que a série “De volta aos Quinze” tem seu ponto de partida para contar a história de Anita.
No enredo, inspirado no livro de mesmo nome escrito pela Bruna Vieira, a jovem é apresentada ao leitor na fase adulta. Aos 30 anos, mora em um apartamento distante da família, coleciona algumas frustrações, mantém apego com o passado e parece não conseguir olhar para a frente.
No entanto, tudo muda quando Anita consegue voltar aos 15 anos. Mais do que a sensação de nostalgia, a jornada da protagonista revela a importância de reencontrarmos nossos sonhos e não esquecermos da nossa identidade. Além disso, a série questiona as consequências das nossas escolhas e expõe a importância de valorizar o presente como uma nova chance para recomeçar.
Em termos de ambientação, De volta aos Quinze pode ser um verdadeiro afago para os saudosos pelo início dos anos 2000 no Brasil. Isso porque Anita vivencia os 15 anos em 2006, na cidade fictícia de Imperatriz. Nesse panorama, a série abre espaço para uma trilha sonora composta por artistas como Charlie Brown Jr, Pitty e Skank.
Os personagens secundários, ainda, exercem um papel central na narrativa. Isso porque todos apresentam conflitos e características capazes de gerar identificação com o telespectador, além de terem tanto seus pontos positivos quanto negativos bem trabalhados na série.
domingo, 19 de janeiro de 2025
Alien: Romulus
Vinicius Augusto Toscano de Moura
“Alien: Romulus”, de Fede Álvarez, é mais um novo projeto da nova franquia Alien que tenta trazer os clímax de medos de uma das criaturas mais famosas do cinema, o filme se passa entre “Alien” (1979) e entre “Aliens: O Resgate” (1986) . O filme segue Rain Carradine (Cailee Spaeny) e um grupo de jovens que invadem uma estação espacial abandonada na busca de recursos para poderem fazer uma longa viagem pelo cosmos, porém ao entrarem na nave, a aventura se revela cheia de horrores não esperados.
Com passagens do Diretor em filmes como “A Morte do Demônio” (2013) e “O Homem nas Trevas” (2016) em mente, o diretor imprime sua assinatura com terror angustiante e ação memorável. Minuciosamente se notam aos efeitos práticos e atuais que criam criaturas e cenas na atmosfera dos primeiros “Alien”.
As atuações são exemplares, com Spaeny representando em sua heroína indecisa e Jonsson como o androide Andy. A relação entre Rain e Andy aproximam ao ponto dramático de emoção ao ceder temas de humanidade e tecnologia entre os personagens.
No geral, o filme em sua essência corre o risco de homenagear demais e trazendo apenas mais do mesmo. “Alien: Romulus” segue só rebuscando fórmula, sem estrear a mitologia de sua franquia com uma originalidade alguma. Talvez a única coisa original no filme seja a cena final que trás uma criatura completamente nova e desfigurada. No entanto, o produto ainda consegue tornar a expectativa de medos e adrenalina em um público que se ansiosamente procura nostalgia.
Existe também outro erro perceptível no filme para quem conhece a obra de filmes anteriores, tanto a nave principal onde se passa o filme como também o androide Ash haviam sido destruídos no primeiro filme da franquia, mas o roteiro do filme simplesmente decidiu que isso não aconteceu, um erro de continuidade bem nítido para os fãs da obra.
No
geral, "Alien: Romulus" oferece uma experiência cinematográfica
envolvente, com atmosfera densa e sequências bem conduzidas de terror e ação.
Contudo, o erro de continuidade e a falta de inovação podem impedir que alcance
o status dos filmes mais icônicos da franquia. Para os fãs em busca de
nostalgia e adrenalina, ainda é uma jornada interessante, mas para os que
esperavam um salto criativo, pode ser um tanto decepcionante.
Coisa Mais Linda
A Coisa Mais Linda é uma série nacional que merece ser destacada não apenas por sua qualidade técnica e narrativa, mas pelo impacto que causa ao trazer temas profundamente conectados ao universo feminino. Com uma abordagem feita por mulheres e para mulheres, a série mergulha em situações que muitas de nós vivenciamos ou reconhecemos, promovendo reflexões sobre empoderamento e sororidade.
Ambientada no Brasil dos anos 1950 e 1960, a trama acompanha a jornada de Malu (Maria Casadevall), uma mulher que, ao enfrentar traições e desafios pessoais, encontra forças para construir seu próprio caminho no mundo da música. Ao lado de outras personagens femininas igualmente fortes e inspiradoras, a série discute temas como independência financeira, machismo estrutural e os dilemas de equilibrar sonhos pessoais com as exigências da sociedade.
Um dos destaques é a perspectiva da jornalista Adélia, que enfrenta preconceitos na mídia enquanto luta para fazer sua voz ser ouvida. Essa camada da série não apenas enriquece a narrativa, mas também nos faz refletir sobre o papel das mulheres em espaços historicamente dominados por homens.
Além de proporcionar lições valiosas, Coisa Mais Linda é uma celebração da força feminina e um lembrete poderoso de que podemos (e devemos) lutar pelos nossos sonhos. É uma produção envolvente, emocionante e inspiradora, que ressoa com as lutas e conquistas de cada espectadora.