A necessidade de saber lidar com más
notícias
O Projeto Dying: A human thing, busca trabalhar com
os médicos questões comunicacionais, sobre a morte e outros tabus da profissão.
Por Erika Artmann, Layane Vilela, Suzane Chagas, Luana
Sousa e Tainah Lucena.
Más notícias também precisam ser
dadas e, é através da comunicação que médicos e outros profissionais da saúde
lidam com seus pacientes e com os familiares dos mesmos, um envolvimento
delicado, principalmente ao se tratar de doenças graves ou terminais, e que
requer conceitos técnicos teóricos aliados à uma prática pouco trabalhada na
grade do curso de medicina. Pensando nessa lacuna até então não preenchida,
surgiu em 2015 o Projeto Diyng: A human thing, na Universidade Federal
Rio Grande do Norte.
O Dying funciona como um projeto de
extensão na Universidade e reúne, em cinco encontros, um grupo de estudantes de
medicina e médicos já formados em torno de reuniões dinâmicas, com encenações e
palestras sobre notícias indesejáveis, como a morte, esses encontros levam em consideração,
segundo a página do grupo, os valores culturais da sociedade e não apenas o
conhecimento médico científico das salas de aula.
Para Juliana Alianza Fernandes, médica geriatra
de 34 anos ‘’a preocupação com o sentimento do médico e do paciente, o que isso
pode causar de impacto em ambos e como que isso pode ser trabalhado’’ diz ter
sido algo não tratado durante sua vida acadêmica, e, por isso, a Médica entende
a importância do diálogo com os estudantes no projeto e também fora dele.
Segundo ela, o contato entre médico e paciente pode ser desgastante, justamente
por, muitas vezes, abarcar sentimentos diversos.
E o valor desse projeto é reforçado por Thaisa
Costa, estudante do 2° período do curso, com 21 anos, que diz ter recebido um
"conhecimento que geralmente não tem no curso, é pouco abordado pelos
professores, daí a sua importância para a formação acadêmica e como pessoa
também, para termos mais noção de como que tratar alguém durante um diagnóstico
difícil, num momento que nem todo mundo sabe lidar”, ela afirma estar mais bem
preparada, graças ao Dying.
O Projeto de extensão tem vagas limitadas, são
escolhidos 20 alunos por semestre e o número de inscrições já chegou a 70. Os
que são aceitos são acompanhados por profissionais já experientes que os
avaliam e aconselham tendo em vista um melhor preparo técnico dos alunos e um
atendimento mais humano aos pacientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário