Em tweets, confira
o quanto o mundo mudou (ou não) entre as Copas de 2014 e 2018
Políticos se
manifestam ativamente na rede social, mesmo quando o Mundial não pauta suas
publicações
Por Adriano Soares,
Gisla Brito, José Lucas Lopes, João Victor Dantas, Juliana Almeida e Lucas
Félix.
1.433 dias separam a final da Copa do Mundo no Maracanã da abertura da
edição seguinte em Moscou. No futebol, nem tanta coisa mudou nesse intervalo. A
Alemanha, então campeã, segue favorita. O Brasil, humilhado na semifinal,
também. No meio do caminho, o encontro entre as seleções no mesmo estádio
carioca durante a final olímpica trouxe o único título que faltava para os
brasileiros.
Em todo o resto, as diferenças são bem mais significativas. Cidades se
viram marcadas para sempre por tragédias. Mariana, Paris, Janaúba, Chapecó... E
no mesmo Maracanã em que Neymar converteu o derradeiro pênalti em 2016, Michel
Temer foi vaiado ainda como presidente interino durante a abertura dos Jogos. E
não foi só o Brasil que mudou de presidente. Os Estados Unidos, aí pelo voto,
abriram as portas da Casa Branca para Donald Trump.
O novo comandante da maior potência do planeta tem uma plataforma
preferida para se manifestar: o Twitter. Por lá, é possível acompanhar a
evolução não apenas de seu discurso, como também de diversas outras figuras
importantes para o Brasil e o mundo. O que mudou entre o que falavam na semana
de abertura do Mundial de 2014 para o período inicial da Copa da Rússia? Além
de Trump, analisaremos também os tweets de Michel Temer, Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro
e Marina Silva.
A terceira colocada nas duas últimas eleições presidenciais celebrava o
começo do torneio, mas já previa a tensão antes mesmo do jogo contra a Croácia.
Ela também aproveitou o momento de grande presença de turistas para fazer um alerta
sobre a exploração sexual de menores.
Dessa vez ela postou uma foto com uma camisa personalizada da Seleção
no dia da estreia contra a Suíça.
Já o candidato líder do primeiro turno nos cenários mais prováveis das
eleições deste ano não mostrou muita empolgação com a Copa em solo brasileiro.
Na época, preferiu constar a satisfação com a nova candidatura ao cargo de
deputado federal, em que viria a disputar seu sétimo mandato.
O período passado não despertou maior empolgação futebolística nele,
que se resume a postar conteúdo de pré-campanha, com um emoji de positivo
destoando de produções mais elaboradas que possivelmente são realizadas por sua
assessoria.
Por sua vez, a ex-presidente Dilma Rousseff se mostrava ativa em 2014,
relatando passos da rotina presidencial, como o telefonema ao técnico Felipão
no dia do jogo inicial da Copa. Dias depois, destacou ainda a celebração que
tomava conta do país.
Mas o 7 a 1 foi suficiente para desiludir a petista, que agora foca em
revelar sua nova agenda afastada do poder.
Já seu então vice em 2014 cravava uma previsão tão equivocada quanto a
de recuperação dos empregos durante o seu mandato, prevendo a conquista do
hexacampeonato. Ele ainda revelou ao governador paulista Geraldo Alckmin que é
são-paulino. O tucano é santista.
Agora presidente efetivo, Temer mantém a confiança inabalável “rumo ao
hexa”, já que considera o Brasil “sempre favorito”.
Enquanto o mundo ainda não dava muita bola para ideia, Donald Trump
aproveitava aquele junho de 2014 para republicar imagens apoiando a então
distante ideia de ser presidente dos Estados Unidos, inclusive com previsões da
disputa que realmente aconteceria com Hillary Clinton.
Nada sobre o Mundial, enquanto em 2018 houve espaço para a menção da
escolha dos Estados Unidos, ao lado de México e Canadá, como sede do torneio em
2026.
Como visto,
muita coisa pode mudar até a Copa do Catar, que terá o mais longo intervalo
entre duas edições do torneio em tempos de paz. Até a edição da América do
Norte então… A única certeza é que Trump, mesmo se reeleito, não estará mais no
exercício nem de um segundo mandato. É bem possível que aproveite o tempo livre
para postar mais ainda no Twitter… Já os brasileiros, será que estarão torcendo
ainda pelo hexa ou já pelo octa? Cenas dos próximos capítulos. Ou melhor: dos
próximos jogos.
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