Reinvenção da arte animada
Helena Galvão de Miranda Nunes
Esses conceitos são a Deco art (Arte usada em linhas geométricas, retas, perfeitamente centradas), a Art Nouveau (conceito de arte francesa que utiliza traços delicados e floreados, muito usual em pinturas femininas), a arte Ciberpunk (concentrada em cores de tom escuro e explosivo, adeptos a arte industrial selvagem) e o solarpunk (Conceito futurístico que utiliza a natureza como base para construção tecnológicas. Quase industrial com a presença da natureza). Se não bastasse essa composição artística ousada na construção da animação, toda a série foi desenvolvida como se fosse para animar o primeiro art concept do projeto. Para quem não conhece, o primeiro art concept é o primeiro desenho, sem tantos detalhes, que incorpora a ideia que o roteiro deseja passar pelas imagens até ser aperfeiçoada e detalhada. Arcane foi uma jogada ousada em juntar todos os quatro conceitos de arte em caricaturas primeiras do projeto e animá-las, no limiar da arte realista e da caricatura de cartoons.
Estratégia de gênio! Porque, além de ajudar a compor a identidade de todos os personagens que dão vida ao roteiro, ajudou a torná-los protagonistas de toda a história sem hierarquizar história e desenvolvimento de um personagem para outro, todos compõem um único protagonista: a vida em Piltover.
A seleção de músicas, de igual valor arriscado, ajudou a compor uma trilha sonora épica facilitando na memorização de situações e condições a que cada espaço da animação foi submetida. Trazendo emoção e empatia a quem assiste a animação.
Por isso, não é exagero dizer que o seriado animado Arcane, tanto pelo audiovisual, construção de roteiro, fotografia, é o exemplo da revolução artística que o mundo dos games conseguiu proporcionar.
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