segunda-feira, 12 de agosto de 2024

CLOSE (2022)

 ISALANE DA SILVA PEREIRA


Um dos filmes mais interessantes e comoventes que chegou ao catálogo da Netflix neste ano de 2024, foi o filme Belga, Close. Indicado à Palma de ouro em Cannes no ano de 2022, e ao Oscar, em 2023, como melhor filme internacional. Close, dirigido por Lukas Dhont, conta a história de Remi e Leo, dois jovens garotos de 13 anos que compartilham uma amizade pura e bonita. Essa amizade é colocada à prova ao passar por fofocas e bullying no colégio, o que afasta Leo de seu melhor amigo. E acaba resultando no fim trágico para Remi; e na amizade desfeita entre eles para a vida toda.

O filme consegue explorar bem as belas paisagens do ambiente onde os personagens vivem e suas cores, que servem como pano de fundo para a cenografia e para a história que está sendo contada. As cores e a iluminação intensificam tudo que o seu olhar é capaz de enxergar e tudo que você é capaz de sentir. A câmera registra a história quase que de forma simples e manual, sem muita sofisticação e exuberância. Mas, os closes nos personagens os aproximam da história potente e do público; e as técnicas sutis escolhidas pelo diretor fazem toda a diferença para a composição do filme como um todo.

As cenas passam pela tela como se passa as folhas de um livro, de forma leve e intensa ao mesmo tempo. As próprias cores mudam com o decorrer dos acontecimentos. As cores vibrantes talvez representassem a amizade fraterna que existia entre os dois personagens. Já as cores mais escuras e neutras dessem lugar ao fim desta amizade, ao luto, à culpa que Leo sente por ter se afastado de Remi, e ao fim trágico que Remi cometeu contra si mesmo.

Close nos ensina que um filme com um bom enredo, com boas atuações, às vezes é o principal para se fazer um bom filme. Pois, conseguir captar a emoção das pessoas por meio de uma história que tem tudo pra ser jovial, e ela é. Mas, ao mesmo tempo, é uma história profunda que aborda questões existenciais problemáticas existentes em todos nós, como: a perda da inocência, a dor da perda de alguém, sentimentos obscuros, a culpa que podemos levar para nossa vida, relacionamentos que ficam à deriva em nossas vidas. Questões essas, que são levantadas pelo filme e que servem de análise para quem está assistindo. E isso, acaba nos aproximando da história do filme e dos personagens. Os nossos sentimentos se misturam com os sentimentos confusos de Leo, com a dor de Remi e com todos que são próximos a eles. Close se resume nos detalhes e a sentimentos. Esse filme é, sim, uma obra prima do cinema contemporâneo Europeu, é a prova de que o cinema existe e é criado para além de sua fronteira, para quem consegue sentir. E tem tudo para emocionar a quem se render a ele. Eu sempre me rendo a um bom filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário