segunda-feira, 12 de agosto de 2024

MIDSOMMAR (2019)


 MATHEUS DE LIMA

Midsommar é um filme de terror psicológico dirigido por Ari Aster. A trama segue Dani, uma jovem que, após uma tragédia familiar devastadora, viaja para uma remota aldeia sueca com seu namorado Christian e seus amigos. A aldeia celebra um festival de verão que ocorre apenas uma vez a cada 90 anos, mas o que começa como uma experiência tranquila logo se transforma em um pesadelo macabro.

Visualmente, o filme se destaca por sua fotografia brilhante e diurna, contrastando com a escuridão que normalmente caracteriza o gênero. A trilha sonora e o design de produção reforçam a atmosfera opressiva e onírica, com um foco em rituais, tradições e elementos de folclore nórdico. Midsommar pode ser visto como uma desconstrução de várias narrativas e convenções do horror. O filme subverte expectativas ao ambientar sua história de terror em plena luz do dia, rompendo com a tradicional associação do medo com a escuridão.

O filme explora a fragmentação da identidade, tanto individual quanto cultural. A aldeia Harga, com suas práticas rituais, atua como um "Outro" cultural que desestabiliza as percepções ocidentais tradicionais. Dani, por sua vez, vive um processo de dissociação emocional que reflete sua desorientação e eventual transformação. A trama, portanto, questiona as noções fixas de cultura, identidade e poder, expondo como essas categorias são fluídas e construídas através de rituais e narrativas sociais.

"Midsommar" desafia o espectador a reconsiderar as fronteiras entre o familiar e o estranho, o natural e o sobrenatural, mostrando que o horror pode emergir tanto da conformidade quanto da ruptura com as normas sociais. Aster não oferece respostas fáceis, mas sim um convite para explorar as complexas e muitas vezes perturbadoras relações entre o indivíduo, a cultura e o poder.

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