Clube
da Luta
Eduardo
Fernandes da Silva
O filme é uma adaptação para o cinema de um romance
de Chuck Palahniuk, e foi lançado em 1999. Retrata um personagem que tem
conflitos mentais, sofre de bastante insônia e que está cheio de sua rotina
“comum” em meio ao capitalismo, até que se depara com tyler, a sua aflorada
futura realidade.
O filme já começa no climax, digamos, que já inverte
as maneiras comuns de narrativas lineares, porém, ao final do filme, isso
ficará claro na cabeça de quem assiste.
A visão
ideológica do filme é forte, para quem se coloca na cabeça do personagem
central, o “narrador”, que busca nos primeiros momentos se livrar do seu atual
modo de vida, ao ponto que literalmente a narrativa possui duas camadas, duas
personalidades, dois modos de enxergar a vida, que vai consumindo uma por
outra, aos poucos. E essas camadas fazem críticas, mas ao mesmo tempo, reforçam
diferentes formas de ideologia, porém o “narrador” irá transgredir para uma
forma ideológica, mais visceral e violenta - na procura de sua liberdade,
trazendo uma tendência de vouyerismo para os espectadores, que possivelmente
não se conformam com o capitalismo vigente, na realidade, e no filme – se
livrar de uma ideologia para alcançar outra.
Diante disso surgem questões como: onde está a
responsabilidade do criador de tal obra, visando as implicações éticas de seu
filme?
A obra foi considerada um fiasco de bilheterias
quando foi lançando, porém, hoje é visto por muitos, como uma obra cult atual.
Essas considerações, estão na forma em que o autor poetizou a questão da
violência e problematizou o capitalismo, ou simplesmente mostrou que há
violência nas duas coisas, sendo que uma é mais física do que a outra.
A Genealogia
da Moral de Nietzsche, mostra que os conceitos e valores tradicionais da moral
não são universais e nem estabelecidos de forma objetiva e ainda propõe uma
“transvaloração de todos os valores”, definindo seu pensamento acima do bem e
do mal, fazendo crítica ao modernismo e tentando ressaltar que a ética não tem
base na razão. Ao meu ver, o pensando Nietzschiano está intrinsecamente ligado
a composição desse filme afinal como ele dizia, “ O que não me faz morrer me
torna mais forte”. O “narrador” vai destruindo seu outro lado, afinal, estaria
ele destruindo a si mesmo, pensando que destruiria seu lado de modismos
capitalistas liberando sua raiva interior, ou trazendo a tona novos vícios,
porém não padronizados na sociedade, ele tenta superar a ele mesmo, porém
falha.
Em torno da contemporaneidade do filme, a
complexidade da narrativa, implica subjetividade em torno das opiniões sobre as
sociedades pós modernas e a identidade que vai tornando-se cada vez mais frágil
e instável, como é o caso do “narrador”, que mesmo aos poucos alcançando seu
modo ideal de viver continua instável e com problemas psicossociais,
transformando, assim, uma ilusão, a sua transgressão.
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