Luciano Vagno
A regra do jogo é simples: se você já fez tal coisa, você cumpre o desafio; senão,
diz “eu nunca”. É assim que funciona a brincadeira que deu nome a uma das séries mais
queridinhas da Netflix. “Never Have I Ever” (“Eu Nunca”, em português) é uma série
americana produzida pelo streaming que teve sua estreia em maio deste ano.
A produção é baseada na juventude da atriz Mindy Kaliny, criadora e produtora
da obra, e conta com a narração de John McEnroe, ex-Número Um do tênis, e possui
ainda um episódio narrado por Andy Samberg, de Brooklyn 99. Até o momento, ela está
em sua primeira temporada – mas calma que a segunda já está a caminho – e conta com
dez episódios.
A comédia gira em torno de Davi Vishwakumar, interpretada por Maitreyi
Ramakrishnan, uma hindu-americana, mas que não se considera tão indiana, como sua
mãe Nalini, vivida por Poorna Jagannathan, ou como sua prima Kamala, interpretada
por Richa Moorjani.
Apesar de sua origem, Davi é uma típica californiana do século XXI, que passa
por altos e baixos com suas duas melhores amigas: Eleonor (Ramona Young) e Fabiola
(Lee Rodriguez).
Sabemos que a adolescência é uma fase da vida no mínimo complicada para
muitas pessoas. E assim é para a protagonista. A jovem vive em meio a traumas, que
surgiram após a morte de seu pai. No entanto, ela prefere seguir os ignorando e parte em
busca de sua “vida normal”. Por mais que tenha um bom coração, Davi é dona de um
temperamento explosivo, o que acaba a afastando de suas melhores amigas e de sua
família.
Família. Acredito que esse seja um dos maiores legados que Eu Nunca tenha a
passar: não precisa ter o mesmo DNA, estar perto, nem ser composta por todos os
membros, basta haver aceitação. Aceitação... Esse é o outro ensinamento que a série traz.
Aceitar as paixões, os sentimentos, os defeitos, as raízes, a perda, o outro e nós mesmo.
Aceitar que somos assim, que os outros são como são e que está tudo bem quanto a isso.
Eu Nunca soube abordar esses e outros assuntos de maneira tão singela, leve e
bem humorada, com referências da cultura pop e, é claro, com tanta representatividade,
que não surpreende todo o carinho com o que a série foi aceita e o gostinho de “quero
mais” que ela deixou.
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