Bom dia, Verônica
Cassio Lamartine Melo Paiva
“Bom dia, Verônica” é um seriado brasileiro que foi lançado recentemente na plataforma de streaming netflix e que já tem promessa de lançamento de novas temporadas. Essa obra foi inspirada em um livro de mesmo nome e conta histórias que envolvem violência doméstica contra a mulher em todas as suas formas, assassinatos em série, abuso de poder, corrupção e sensação de impotência quanto à solução dos casos. A série tem como protagonista Verônica (Thainá Müller), escrivã na Delegacia de Homicídios de São Paulo. Casada e mãe de dois filhos com uma vida impertubada, Verônica vê tudo virar de cabeça para baixo quando presencia o suicídio de uma mulher dentro da própria delegacia. A moça teria sofrido abuso sexual, fez a denúncia e, após uma conversa reservada com o delegado, atirou contra a própria cabeça dentro do estabelecimento público.
Isso me levou à seguinte reflexão: o que será que o delegado falou para ela, que a fez cometer esse ato tão extremo? Isso me fez lembrar da Mariana Ferrer, que foi dopada e estuprada dentro de um local frequentado pela alta classe social de Santa Catarina. Ela fez a denúncia, tinha provas visuais e de DNA do esperma e ainda assim o homem, que é branco, empresário e ostentador de altos valores bancários, foi inocentado. Durante o julgamento, o advogado do réu humilhou e dirigiu palavras caluniosas à Mariana. Esse seria só um pequeno exemplo de um caso que veio a público e que as mulheres vivenciam como realidade nua e crua aqui no Brasil.
Verônica decide começar sozinha uma investigação em busca do culpado pelos crimes e isso a leva até Janete (Camila Morgado), vítima de abuso físico e psicológico por parte do marido, o Policial Brandão (Eduardo Moscovis). Essa investigação a leva a descobrir uma rede de assassinatos, corrupção policial e violência contra mulheres.
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