terça-feira, 4 de dezembro de 2018

em todo lugar

O MACHISMO EM AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE

As dificuldades de se expressar em meio a um cenário onde sua criação é exigida, porém, constantemente podada por ideias nada inovadoras.

Ilustração do livro 'Sexismo cotidiano' de Laura Bates, feita por Capitán Swing.

Por: Ana Cláudia Macêdo, Cecília Aranha, Cecília Monteiro, Gardênia Araújo, Isis Medeiros, João Pedro Costa e Thaís Britto.

Devido a necessidade de uma maior atenção a presença do machismo e suas facetas no meio publicitário, objetivamos nos aprofundar na causa e para isso, buscamos opiniões de pessoas próximas. Dessa forma, entrevistamos profissionais que atuam no mercado e podem opinar com mais propriedade acerca do tema e, com isso, nos proporcionar a visão de quem vive esta realidade a partir de suas experiências. Fizemos pontes com publicitários e uma jornalista, dentre eles: Állika, 31 anos, redatora e diretora de criação, que também é administradora e possui pós-graduação em marketing estratégico, a Ana Raquel, 21 anos, produtora de conteúdo; a Marília Moura, 23 anos, jornalista e redatora e o Gabryel, 23 anos, que atua como Social Media.  

Iniciamos as entrevistas questionando sobre a situação em si, perguntamos se algum dos entrevistados foram vítimas do machismo em agências de publicidade ou se conheciam alguém. 

Állika relatou que é muito comum, pois as agências são repletas de machismo, onde assédios e piadas sexistas fazem parte do cotidiano e o mansplaining impera, exemplifica na relação do setor de atendimento com o de criação, já que em sua maioria o atendimento é de predomínio feminino e o de criação, masculino. 

Gabryel, quando questionado sobre a influência de um ambiente machista no desenvolvimento profissional, afirma: ‘’ [...] O modelo de trabalho machista não acrescenta em nada os alcances profissionais. Aqueles que dizem que não impede, são tão machistas quanto os demais que fazem o ambiente de modo hostil.”. 

Marília, acredita que é necessário tomar uma posição e reagir diante dessas situações com muita força e coragem, além de manter pulso firme com seus ideais, buscar apoio de outras mulheres quando possível é o caminho a seguir, impondo assim suas opiniões e demarcando o seu lugar. Sobre o cenário: será que estamos no caminho da mudança? 

A Ana Raquel concorda que a situação tem prazo de validade e, sem sombra de dúvidas, já está mudando. Raquel, acredita que tudo isso também está sendo viabilizado pela presença ainda iminente de mulheres no meio: “cada dia mais as jovens, mulheres, que têm entrado no mercado publicitário demonstram suas ideias e as defendem com unhas e dentes. O feminismo se faz presente e encoraja através de empatia e sororidade a união entre as mulheres neste mercado. ”  
     
Em suma, desenvolvemos essa pesquisa porque queremos ressaltar a tamanha importância de um debate sobre a temática e também por, entre situações reais e muitas vezes banalizadas, revelar e alertar aos futuros estudantes de publicidade e/ou profissionais de outras áreas que não é cabível aceitar e deixar a situação de inferiorização se perdurar, pois, é inaceitável que a capacidade de um profissional seja medida, ou reprimida, pelo seu gênero.

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