quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Potyguara Bardo


A REPRESENTATIVIDADE DA VOZ QUE ECOA
“Tombando na realidade, a verdade encontrou.”


 Festival Dosol - Agosto 2018 - Fotografia : Luana Tayze.


Por: Gabriel Jonatas C. da Silva, Isabelle Cristine Regis Moura, João Raphael Pereira N. R. Abrantes, Klara Sophia de Oliveira, Luan Santos Damascena, Luana Ingrid de S. Carvalho, Wilkle Vitor G. da Silva.



Dentro de uma nova cena musical que tem surgido na capital potiguar, diversos novos artistas tem cantado através de diferentes estilos musicais. Outra grande arte que tem ganhado força e espaço são as drag queen’s, que tem visto seu trabalho ascender em meio a uma explosão de ritmos pelo país saindo apenas dos “closes” das maquiagens e performances então tornando a explorar um novo âmbito, o musical. E é então por meio da união dessas duas grandes artes vamos conhecer e explorar um pouco mais desse universo através da mais nova cantora e drag queen do cenário potiguar: Potyguara Bardo.

Ela que foi motivada a cantar após momentos difíceis de sua vida, entrou para o meio da música através de “uma realização muito forte, de um encontro com o divino dentro de mim...” alegou ela. Sendo assim, levada a cantar, antes como dubladora e assim percebendo que precisava ir além disso, precisava levar algo mais as pessoas e a si mesmo. Desde a adolescência vinha se envolvendo com a arte através da escrita que foi se desenvolvendo, e segundo ela mesma, serviu como treinamento para suas futuras letras, por acabar expondo no papel, em forma de poesia, o que deu vida às suas atuais melodias.

Ao falar da forma que começou como drag, mostrou que não tinha uma alta popularidade nas redes sociais, se sentia deslocada do meio em que vivia, com isso, até brinca e é reconhecida pelo fato de ser envolvida com o místico do universo, repetindo sempre a frase “Eu não existo”, o que deu vida à sua música mais conhecida “Você não existe”. Apesar disso, costumava fazer sempre “textões” no facebook de forma a se impor politicamente, entretanto, ainda não havia uma identidade formada logo quando começou.

Sobre seu nome, o Potyguara tem a sua origem vinda, em suas palavras, do “meu avatar no jogo da vida que nasceu aqui nesse lugar onde as pessoas são chamadas de potiguares..” afirma a cantora de origem Norte-Riograndense, porém  seu outro nome, o Bardo, vem da inspiração de um livro que fala sobre uma linearidade, onde se tem um potencial infinito de possibilidades, segundo a interpretação apresentada pela artista.

Ela também se diz muito feliz pelo interesse não só de drag queen’s, mas de todos LGBTQ’S que tem se inserido na música e a forma como essa popularidade tem invadido festivais de música, sendo esse o motivo de um dos questionamentos que a levou a afirmar com alegria o quanto “acha incrível que drag’s estejam sendo chamadas para grandes festivais, acho que isso é só o começo de tudo”, deixando assim uma mensagem positiva e do quanto mais se é se possível alcançar, também desencadeando um tanto mais de espaço e representatividade no espaço artístico. Ao ser questionada da sua diferenciação de outras drag’s ela afirma: “eu to falando das minhas próprias vivências e escolhas, enquanto outras drags falam da sua própria existência ou das coisas que são pertinente falar sobre.” Sendo isso, para ela, é uma diferença referente a qualquer artista que trabalhe com música.

Referente ao seu álbum, o “Simulacre”, teve como inspiração sua vida, outras drags que cantam e também até mesmo outros artistas que fazem música serviram como sua inspiração para que surgisse o conteúdo apresentado em seu primeiro trabalho musical completo de estúdio, que foi desenvolvido através de um projeto da incubadora Dosol, que além deste, produziu outros três álbuns originalmente potiguares.

Neste trabalho de Potyguara Bardo, ele conta com duas participações especiais, ambas com artistas potiguares e onde uma deles é com outra drag, a Kaya Conky. Em relação à suas músicas ela alega que “Você Não Existe” demonstra seu maior crescimento enquanto pessoa, pois nessa faixa ela afirma que: “a mensagem espiritual que eu estou aqui para falar e que eu percebi que deveria falar sobre, e queria que isso pudesse atingir o coração das pessoas.” Mas em relação ao trabalho artístico, na música “Jogo da Vida” é a que ela alega mais mostrar sua faceta como artista, pois é uma música em que retrata bem o seu “avatar” na vida e em ter se arriscado e experimentado seguir na música.

Então, toda essa artista que conhecemos, tem se popularizado na cena musical, proporcionando visibilidade não apenas para a cena local quanto também para a música representativa e em meio a isso, frutos tem se colhido por Potyguara Bardo, além da participação em festivais musicais potiguares, foi premiada em um dos maiores prêmios de música da capital potiguar, o Prêmio Hangar 2018 como revelação musical do ano. Mostrando assim, o que um futuro brilhante ainda pode reservar.

Potyguara Bardo e parte de sua banda - Prêmio Hangar - Dezembro 2018.

 Abaixo se encontra o link com áudio da entrevista completo:

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