terça-feira, 8 de dezembro de 2020

justiça


 Em busca de respostas

Pedro Trindade


Existe justiça na vingança? Com o objetivo de responder essa pergunta, Manuela Dias escreveu a minissérie Justiça, exibida pela TV Globo em 20 capítulos, no ano de 2016. Sem ter um protagonista definido, a história é contada por meio de quatro tramas paralelas que se cruzam, com destaque para cada protagonista em um dia da semana.

No decorrer da narrativa, que aborda temas como feminicídio, eutanásia, incriminação de pessoas inocentes, racismo institucional e privilégio branco, são apresentados outros três questionamentos: a justiça é mais cega que a paixão? Fazer silêncio é fazer justiça? Falta de justiça tem cura?

A fim de encontrar as respostas, cada um dos protagonistas de Justiça são associados a uma pergunta.  Em comum, eles comentem, aparentemente, algum crime. Presos no mesmo dia, os personagens têm acesso à liberdade sete anos depois, deparando-se com o desafio de retomarem a vida comum diante das incertezas dos futuros.

Em uma sociedade complexa como a atual, a trama decifra o que tanto se questiona: a diferença entre justiça e vingança, fugindo dos clichês presentes, por exemplo, nas trilogias das novelas mexicanas. Manuela, com a ajuda do diretor artístico José Luiz Villamarim, provoca o telespectador e o surpreende com desdobramentos tão reflexivos como os dos clássicos sobre Anthony Stockelman, Asano Naganori e Kira Yoshinaka, Júlio César e os piratas e D. Afonso IV e Pedro I. 

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