terça-feira, 1 de dezembro de 2020

nada ortodoxa

 

Mayara Oliveira

Nada ortodoxa é uma minissérie da Netflix, que conta com 4 episódios e narra a trajetória de Esty Shapiro (Shira Haas), uma jovem judia, recém-casada que foge do marido, estando grávida, em busca de algo novo.

Ela vem de uma família tradicional, mora em Nova York, em uma comunidade extremamente fechada, e se casa com o jovem Yanky Shapiro (Amit Rahav). Ao se casar, a jovem crer que encontrara a plena felicidade, mas o início do casamento é conturbado, pois, os dois não conseguem achar a conexão como recém-casados. As várias interferências da sogra e da cunhada em sua vida conjugal acaba desgastando a relação, fora isso, ela ainda tem que lidar com problemas sexuais, onde se torna extremamente difícil consumar o casamento. Ao acreditar que Esty é incapaz de lhe dar um filho, Yanky chega ao extremo e lhe pede o divórcio, no mesmo dia em que ela lhe contaria sobre gravidez. A partir daí a jovem resolve seguir os passos de sua mãe, e seguir para Berlim. Ao escolher o país do holocausto, ela se encontra em vários conflitos ao ter que lidar com sua nova versão e com uma cultura diferente.

Desembarcando em seu destino, ela sofre um choque de cultura e passa por vários preconceitos por ser judia. O primeiro choque é ver sua mãe beijando uma mulher. Apesar da rápida participação de sua madrasta na história, percebemos o quanto sua mãe ser lésbica a incomoda, e que depois de um tempo, e convivendo com um casal homoafetivo, ela vai mudando seus pré-conceitos. Nós acompanhamos o quanto é difícil para a personagem se abrir para o novo, e apesar de todos tentarem diminui-la, e fazer com que desista de entrar na a escola de música, ela consegue se reinventar e quebrar paradigmas.

Apesar da minissérie retratar uma cultura fechada, a conexão com o público acontece de forma rápida, principalmente com o feminino, quando mostra uma mulher tentando se encaixar na sociedade, seguindo o que é dito e não desejado, e mesmo assim nunca agradando aos demais. Ao se casar, Easty acha que poderá ser livre, mas acaba ainda mais presa, ao pensar que seria feliz curvando-se diante de todos, ela logo percebe que a liberdade que tanto almejava, estava bem longe dali. Apesar de se tratar de outra cultura, muitas das questões vividas pela protagonista vêm do patriarcado, no qual todas estamos inseridas, e sair disso se torna desafiador.

A bussola, presente de sua ex-professora de piano, indica o caminho que ela deve seguir, e da forma mais clichê possível, ela aponta para seus novos amigos. A minissérie quebra estereótipos e conta com detalhes como vivem os judeus ortodoxos, e nos faz torcer para que Esty consiga sua emancipação feminina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário