quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Love, Death & Robots



Pedro Henrique Cadó 

Love, Death & Robots é uma série de diversos gêneros que está disponível na Netflix desde março de 2019 e traz para o telespectador um conjunto de animações dos mais diversos estilos (dos desenhos 2D até os mais minuciosos), em seus mais diversos formatos: dos mais infantis até os ultrarrealistas. A excepcionalidade de cada animação, criadas por Tim Miller e David Fincher, é um show à parte e legitima a série como uma das bem mais trabalhadas e produzidas se tratando de animação. E apesar do seu nome, amor, morte e robôs são só três palavras-chave que dão o pontapé inicial na construção de relação e identificação entre aquele que assiste e a série em si. 

A animação traz nos seus 18 episódios diversos temas onde alguns são trabalhados de forma mais recorrente, entre eles, por exemplo, violência, percepção da realidade, o poder do Estado, a liberdade de escolhas do indivíduo, realidades alternativas, distopias, escolhas e consequências são algumas das pautas que aparecem de forma mais evidenciada. Como ela não fica presa à uma narrativa, a série tem a leitura muito fácil de ser interpretada, uma vez que cada episódio independe um do outro, então, cada história traz consigo uma moral que geralmente é configurada num mesmo padrão. Os autores conseguiram construir uma ideia de surpresa sempre nos minutos finais da série, mesmo cada episódio tendo em média 10-15 minutos, o que é bastante admirável. 

Considero, pela forma como os temas foram trabalhados em Love, Death & Robots, pelas criaturas aterrorizantes e pitorescas que a série nos apresenta em alguns episódios, pelas surpresas bizarras que ela nos mostra em outros e pela abordagem e humor sempre ácido, que a série é uma espécie de Black Mirror só que em versão animada. Dos 18 episódios, 2 ou 3 dão a impressão de repetitividade, mas isso tem mais a ver com o traço das animações do que com o recado que cada um quer dar em si. Enfim, em síntese, não importa, a série vai lhe garantir três coisas: a autocrítica, a revolta e, claro, boas risadas.

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