sábado, 8 de julho de 2023

Chernobyl

 

Fernanda Victória Marcelino Alves


Com uma narrativa envolta em drama, a minissérie “Chernobyl” retrata com maestria os detalhes da maior tragédia radioativa da história da humanidade. A minissérie produzida pela HBO Max mistura o gênero drama com um enredo documental para trabalhar detalhes desconhecidos do acontecimento de 1986, quando o reator 4 da usina nuclear da cidade ucraniana de Chernobyl explode e causa uma catástrofe de dimensões mundiais. A tensão construída a partir da irresponsabilidade dos líderes políticos da antiga União Soviética em esconder o nível de periculosidade do ocorrido e das consequências em cadeia disso prendem a atenção do espectador para os diversos conflitos da narrativa.

Um dos elementos de maior destaque da série é a sua fotografia construída em tons frios, e baixa luminosidade, que complementam a trilha sonora, a qual carrega uma tensão crescente em todas as partes da história. Indubitavelmente a trilha sonora é um dos principais componentes de toda a atmosfera catastrófica. Utilizando ruídos de contador Geiger (equipamento utilizado para medir o nível de radiação), silêncio e efeitos sonoros a narrativa desperta sentimentos de revolta, tensão, agonia, etc, os quais fortalecem a construção da trama.

A série é trabalhada em enredos paralelos, os quais se complementam e mostram diversas perspectivas do ocorrido. A sequência de 5 episódios passam por todos as etapas do acontecimento história, desde o fatídico dia do acidente, todas as consequências provocadas por este, até as resoluções da problemática. Informações políticas e científicas são transmitidas para o público de forma didática e fácil em cenas longas e bem trabalhadas.

A direção de arte e de figurino trazem a atmosfera da União Soviética dos anos 80 com maestria, com detalhes e referências diretas aos líderes e contextos regionais e mundiais que envolviam a nação. A ambientação do filme é baseada também na alternâncias entre plano geral para demonstrar a grandiosidade do acidente, primeiro plano para as cenas de diálogos científicos/políticos e com exploração do ângulo ¾ em muitas das cenas.

Assim, apesar de ser uma produção estadunidense há um destaque para os personagens principais como sendo heróis de uma grande tragédia. A minisérie é ótima para ter um contato com detalhes realistas do que foi a catástrofe de Chernobyl. A direção de Johan Renck não deixa a desejar entregando todos os detalhes de uma narrativa completa e bem produzida, a qual prende a atenção do espectador do início até o final e vale a pena ser assistida.

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