segunda-feira, 3 de julho de 2023

Comer, Rezar, Amar


 Luana Queiroz


"Comer, Rezar, Amar" é uma adaptação cinematográfica do célebre livro de memórias de Elizabeth Gilbert. O filme conta a história de Liz, uma jornalista bem sucedida que decide embarcar em uma jornada de autoconhecimento após um divórcio complicado. A mulher decide viajar para três destinos totalmente diferentes - Itália, Índia e Bali - em busca de prazer, espiritualidade e equilíbrio emocional.

Um dos pontos fortes da obra é a sua fotografia. Os cenários na Itália apresentam paisagens criativas e fascinantes, as cores vivas da Índia transmitem uma sensação de conexão espiritual e a beleza exuberante de Bali é retratada de forma enérgica. A trilha sonora também é envolvente, traduzindo com maestria as diversas emoções vivenciadas pela protagonista ao longo da jornada.

O enredo é leve e cativante. Ele tem o poder de inspirar o espectador a sair da sua zona de conforto e mudar a rota da vida. O filme revela, a cada cena, a intrigante ação de recomeçar, e pode ser um divisor de águas ou um gatilho (assim como foi para mim), na história de muitos que o assistem.

Embora o longa-metragem seja carismático e interessante, há muita discussão em relação à maneira como o filme trata determinados aspectos culturais. A apresentação dos lugares visitados por Liz por vezes beira a superficialidade, retratando-os de maneira estereotipada e simplista. Isso fica especialmente evidente na representação da cultura indiana, que acaba sendo reduzida a clichês e estereótipos.

No geral, "Comer, Rezar, Amar" é visualmente atraente e possui trama convidativa, mas peca na profundidade de abordagem das culturas locais. Entretanto, certamente, o que fica de registro pessoal é a mensagem central do filme: a protagonista vive incessantemente em busca de equilíbrio, porém Elizabeth Gilbert deixa claro em sua obra que a vida é feita de momentos altos, baixos e de equilíbrio e nunca será uma entidade singular.

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