quinta-feira, 21 de junho de 2018

Como dizer que morreu?


A necessidade de saber lidar com más notícias

O Projeto Dying: A human thing, busca trabalhar com os médicos questões comunicacionais, sobre a morte e outros tabus da profissão.

Por Erika Artmann, Layane Vilela, Suzane Chagas, Luana Sousa e Tainah Lucena.

Más notícias também precisam ser dadas e, é através da comunicação que médicos e outros profissionais da saúde lidam com seus pacientes e com os familiares dos mesmos, um envolvimento delicado, principalmente ao se tratar de doenças graves ou terminais, e que requer conceitos técnicos teóricos aliados à uma prática pouco trabalhada na grade do curso de medicina. Pensando nessa lacuna até então não preenchida, surgiu em 2015 o Projeto Diyng: A human thing, na Universidade Federal Rio Grande do Norte.

O Dying funciona como um projeto de extensão na Universidade e reúne, em cinco encontros, um grupo de estudantes de medicina e médicos já formados em torno de reuniões dinâmicas, com encenações e palestras sobre notícias indesejáveis, como a morte, esses encontros levam em consideração, segundo a página do grupo, os valores culturais da sociedade e não apenas o conhecimento médico científico das salas de aula.

Para Juliana Alianza Fernandes, médica geriatra de 34 anos ‘’a preocupação com o sentimento do médico e do paciente, o que isso pode causar de impacto em ambos e como que isso pode ser trabalhado’’ diz ter sido algo não tratado durante sua vida acadêmica, e, por isso, a Médica entende a importância do diálogo com os estudantes no projeto e também fora dele. Segundo ela, o contato entre médico e paciente pode ser desgastante, justamente por, muitas vezes, abarcar sentimentos diversos.

E o valor desse projeto é reforçado por Thaisa Costa, estudante do 2° período do curso, com 21 anos, que diz ter recebido um "conhecimento que geralmente não tem no curso, é pouco abordado pelos professores, daí a sua importância para a formação acadêmica e como pessoa também, para termos mais noção de como que tratar alguém durante um diagnóstico difícil, num momento que nem todo mundo sabe lidar”, ela afirma estar mais bem preparada, graças ao Dying.

O Projeto de extensão tem vagas limitadas, são escolhidos 20 alunos por semestre e o número de inscrições já chegou a 70. Os que são aceitos são acompanhados por profissionais já experientes que os avaliam e aconselham tendo em vista um melhor preparo técnico dos alunos e um atendimento mais humano aos pacientes.

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