quinta-feira, 26 de novembro de 2020

The Boys

 

Uma nova perspectiva sobre o gênero “super-herói”

Marcos Antônio Pinto da Silva Filho


A série “The Boys”, produzida pelo Amazon Prime no ano de 2019, aliou o sucesso que atualmente o gênero de super-heróis faz no cinema e na televisão, e emplacou uma comédia bastante controversa e nada convencional. O universo da série, que até parece bastante similar com a nossa realidade, também reflete as mesmas problemáticas que temos em nossa sociedade, onde desde o primeiro episódio somos apresentados a cenas violentas e chocantes, o que já nos indica uma diferença nítida das histórias de heróis tradicionais. A produção acaba sendo uma sátira perfeita desse modelo que se reinventa tanto na indústria do entretenimento, onde há sempre um vilão a ser combatido e um salvador para proteger a humanidade. Desta vez não há como saber quem é bom, ruim, mocinho ou vilão, pelo menos na visão do protagonista, que antes era fascinado pela indústria dos heróis, mas acabou tendo um choque de realidade ao perder a namorada graças ao descuido de um deles. Após isso, uma equipe é formada para combater as ações dos heróis e da empresa que os gerencia.

Críticas ao consumismo compulsivo das pessoas, ao próprio capitalismo, ao fanatismo, a espetacularização das vidas humanas e uso de substâncias ilícitas são bastante presentes nos oito episódios da primeira temporada. Os heróis, que são vendidos pela mídia como perfeitos e detentores da moralidade, também fazem um paralelo com discursos reais que existem em nossa sociedade, sejam eles feitos por celebridades, influenciadores digitais ou políticos. A sacada dos quadrinhos, que foram transformados em série é: ninguém é perfeito, nem os super-heróis, nem os ídolos da nova geração, e muito menos os governantes atuais. A primeira vista tudo pode parecer muito belo, mas nem tudo que reluz é ouro.


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