segunda-feira, 7 de julho de 2025
QUERIDO HONGRANG
O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN
Dyana Prynce
O filme francês “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d’Amélie Poulain, de 2001, teve seu roteiro escrito por Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant, e direção pelo próprio Jean-Pierre Jeunet. Com duração de 122 min. e conta com uma trilha sonora de Yann Tiersen, Amelie Poulain é dos filmes mais singelos e fortes ao mesmo tempo, Ele demonstra as relações humanas de uma forma desinibida e de como elas nos afetam como seres sociais. A fotografia das cenas é um dos pontos mais fortes do filme, o olhar para a simplicidade da vida , de forma lúdica, enxergando beleza nas rotinas do dia a dia.
Embora seja um clássico que nunca se enjoa, e tenha ganhado inúmeros prêmios, os recursos narrativos que ajudam na composição dos personagens, para a geração atual, parece um tanto estranho e cafona. Ao pararmos para assistir pela primeira vez nos causa um certo estranhismo, chegando a ser tediosa estas tais narrativas.
Filme estrelado por Audrey Tautou (Amélie Poulain), a história se passa em Paris, onde Amélie é garçonete no Café des Deux Moulins (Café dos Dois Moinhos), uma garota solitária que visita seu pai aos domingos. O início do filme conta sobre sua infância e sua relações com seus pais, uma com nervos à flor da pele, e um pai um tanto que distante, médico que cuidava de sua saúde uma vez ao ano, no qual o contato físico fazia o coração de Amelie disparar e seu pai achar que ela tinha uma doença. Sua mãe morre na porta de uma igreja, ao saírem uma jovem que estava se suicidando cai em cima dela, a vida de Amélie ficou ainda mais solitária o pai se fecha ainda mais. O abandono da infância faz com que Amelie tenha sérios problemas para se relacionar com outras pessoas, em até conhece algumas pessoas, mas nunca dá certo, no fundo ela anseia por ser amada. Ao descobrir um azulejo quebrado como uma espécie de cofre secreto onde um menino deixará uma caixinha com vários coisas de sua infância, em seu banheiro no dia da morte da Princesa Diana, Amelie decide então encontrar seu dono e a partir deste fato outras histórias vão sendo desenroladas. Amelie une um casal de seu trabalho, ajuda um cego a atravessar a rua, ajuda a seu pai a sair de um luto eterno e sair de casa para viver, faz justiça para o funcionário de uma banca de hortifruti onde o dono era abusivo, ajuda a um escritor a divulgar seu livro, escreve uma carta de amor para a vizinha como se os correios a tivesse se perdido na entrega anos atrás se passando por seu marido que a traiu, ela o amava mas carrega uma grande decepção por ele , e deixou de viver.
Amelie ajudou várias pessoas, mas precisava ser ajudada, ela sofria com tamanha solidão que sentia, ela sonhava com um grande amor em sua vida, na trama o senhor com ossos de vidro que também era seu vizinho é seu maior amigo e apoio neste momento, ele ajudava Amelie a expor o que sentia, uma vez que havia conhecido um rapaz chamado Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), um jovem com uma história de vida parecida com a de Amélie, também solitário, que coleciona fotografias das cabines fotográficas estações de trem, que são jogadas nas lixeiras, ele trabalha em um sexy shop e as quartas em um trem fantasma, Amelie se identifica com ele, ela se apaixona profundamente por ele. A história mistura fantasia, com a vida real, onde personagens inanimados ganham vida e se comunicam com Amélie e com Nino evidenciando ainda mais as estratégias criadas pelas eternas crianças para driblar a solidão. Amelie decide correr atrás de seu amor e no final eles conseguem viver seus finais felizes um ao lado do outro, eles são daqueles casais que nunca se separam, são tão encaixados perfeitamente que um completa o outro.
O cenário, a fotografia, as cores, os contrastes, a trilha tornam de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, um dos filmes mais água com açúcar de tão perfeito que é. Amelie pode ser assistido todos os domingos com uma rotina em família, que ele jamais perde seu encanto e essência, cada assistida é uma nova visão, como ela mesma fala no filme “ prestar atenção aos detalhes que ninguém ver”. O vento que faz os corpos dançarem suavemente em cima da toalha da mesa, a quantidade de orgasmos daquele exato momento, a mão que se enfia entre a saca de grãos, o jogar de pedra no Canal de Saint-Martin, entre tantas simplicidades que deixamos passar por não olhar a vida de uma maneira mais lúdica, com um olhar inocente de uma criança.
O filme é isso, cativante, doce, e humano, mostra as vivências e sentimentos que todos nós temos dentro da gente, cada personagem tem uma parte nossa, que muitas vezes são escondidas, no filme eles são expostos, e colocados para reflexões, o filme é sobre a naturalidade do ser humano, olhado de uma forma encantadora.
sábado, 5 de julho de 2025
Com Carinho, Kitty
Como Treinar o Seu Dragão (Live Action, 2025)
“Pobres Criaturas” (2023)
sexta-feira, 4 de julho de 2025
Pousando no Amor
The Ugly stepsister
Julie and the Phantoms
Samara Oliveira
“Julie and the Phantoms” acompanha a história de Julie (Madison Reyes), uma adolescente que perde o amor pela música após a morte da mãe. Tudo muda quando ela conhece Luke (Charlie Gillespie), Reggie (Jeremy Shada) e Alex (Owen Joyner), três fantasmas de uma banda dos anos 90 que morreram de forma inusitada (em uma cena tragicômica envolvendo cachorros-quentes). Apesar do susto inicial, Julie desenvolve uma forte conexão com os três, que fazem renascer nela o amor pela música. Juntos, eles formam uma nova banda, “Julie and the Phantoms”, e descobrem que a música tem o poder de conectá-los ao mundo dos vivos.
Dirigida por Kenny Ortega, conhecido por sucessos como “High School Musical” e “Descendentes”, e produzida por Dan Cross e David Hoge (“The Thundermans”, “Par de Reis”), “Julie and the Phantoms”, é inspirada na série brasileira “Julie e os Fantasmas” (2011), feita pela parceria entre a Rede Bandeirantes e a Nickelodeon Brasil. Desde o primeiro episódio, a produção encanta com sua estética vibrante, repleta de cor, brilho e energia, além de efeitos especiais bem utilizados principalmente durante as cenas musicais, um dos pontos altos da série.
Visualmente, Julie and the Phantoms chama atenção pela iluminação e pelas cores vivas que acompanham as emoções dos personagens, pelos figurinos criativos que refletem a personalidade de cada um, misturando estilos de diferentes épocas com um toque moderno e por cenários dignos de nota que, em conjunto com outros elementos, contribuem para tornar o universo da série único e alimentar seu clima mágico. A mistura entre passado e presente aparece tanto na estética quanto nas relações dos personagens, que atravessam barreiras de tempo, vida e morte para se apoiar mutuamente.
A trilha sonora original é uma dos elementos mais memoráveis da série. Com composições que transitam entre o pop-rock e o musical contemporâneo, músicas como "Edge of Great", "Bright” e a tocante "Unsaid Emily", que arrancou lágrimas do público, impactam e emocionam. As canções estão intrinsecamente conectadas com as cenas e os sentimentos dos personagens, funcionando como uma extensão de suas vozes e dores.
A série alterna suavemente entre o drama e o humor, explorando temas profundos como o luto, a amizade, a busca pela identidade e a coragem de seguir em frente. Há também um comprometimento com a representatividade, tanto étnica (a protagonista é latina!) quanto afetiva, com destaque para o arco do personagem Alex, que protagoniza um romance LGBTQIA+ tratado com naturalidade e respeito.
Apesar de seu potencial, da sua qualidade técnica e de ter sido amplamente bem recebida pelo público, “Julie and the Phantoms” foi cancelada pela Netflix após apenas uma temporada, deixando pontas soltas na narrativa e partindo o coração dos fãs que até hoje esperam por uma continuação. Ainda assim, Julie and the Phantoms permanece na mente e no coração dos fãs, graças ao seu carisma, visual marcante e uma história envolvente que celebra o espírito transformador da música.
quinta-feira, 3 de julho de 2025
HOMEM COM H
Gilmore Girls
How can a person know everything at 18 but nothing at 22? é uma pergunta que a cantora norte-americana Taylor Swift faz na música Nothing New, expressando um sentimento comum entre jovens no início dos seus 20 anos: a sensação de estar “perdido”. A letra da canção se encaixa perfeitamente em uma das protagonistas da série Gilmore Girls (2000): a Rory Gilmore.
A produção, que é vinculada à Netflix, fez sucesso mundialmente nos anos 2000 e faz até hoje, inclusive no Brasil. Gilmore Girls aborda o cotidiano de mãe e filha das personagens Lorelai Gilmore e Rory Gilmore, respectivamente. Já no primeiro episódio, entendemos a história das duas, sem muitos detalhes. Lorelai ficou grávida aos 16 anos e, buscando sair do ambiente familiar que ela considerava opressor e recusando se casar, fugiu da casa dos pais e se mudou para a cidade fictícia Stars Hollow, em Connecticut. Lá, foi acolhida pela pousada Independence Inn, onde trabalhou até conquistar o cargo de gerente. A série se caracteriza pelas falas rápidas e o humor repleto de referências a músicas, livros, filmes e personalidades de destaque em diversas áreas.
Gilmore Girls é classificada como comédia e drama, sendo assim, diversas vezes soltamos risadas com as piadas da Lorelai; o sarcasmo de sua mãe, Emily Gilmore, e com personagens caricatos. Mas também choramos com os dramas familiares e as dificuldades dos relacionamentos amorosos. Para as jovens que se identificam minimamente com a Rory – por exemplo, devido à paixão pelos livros ou o sonho de cursar jornalismo –, a série toca em um lugar bem mais profundo. Rory sempre foi compromissada com seus estudos e uma leitora voraz, tendo se destacado no ensino médio na renomada escola Chilton e na universidade de Yale – mas, aqui, as coisas já começam a desandar. Vemos suas dificuldades em acompanhar o ritmo universitário, o primeiro feedback negativo de sua vida no exercício do jornalismo e, mais tarde, a primeira rejeição no mundo corporativo, quando ela não é aceita para trabalhar no jornal The New York Times, já no final da faculdade.
As decepções entre os fãs da série são muitas. Especialmente pois a garota prodígio da série não tem o final que muitos esperavam para ela. É, no entanto, uma série que retrata fielmente algo que acontece na vida real. Rory decide seguir uma profissão difícil, a de jornalista, e não lida bem com críticas ou incertezas. Lorelai e Rory, além de outros personagens que se relacionam diretamente com elas, são figuras com acertos e erros, e transparecem bem as dificuldades da vida adulta. Por isso, é um seriado que não mostra o que queremos ver, mas sim a vida como ela é.
Maligno
Como Treinar o Seu Dragão (2025)
André Luís Araujo
O live-action “Como Treinar o Seu Dragão” (2025), dirigido por Dean DeBlois — também responsável pela elogiada trilogia animada —, inaugura uma nova etapa da franquia baseada nos livros de Cressida Cowell, agora sob o desafio de transpor para o realismo cinematográfico uma narrativa profundamente marcada pela fantasia visual e pela estética da animação.
A história mantém seu núcleo temático: a jornada de Soluço, um jovem viking que desafia as tradições bélicas de sua aldeia ao se aliar a Banguela, um temido Fúria da Noite. Mais do que um enredo sobre amizade, o filme evoca temas caros ao imaginário contemporâneo, como alteridade, empatia, superação de estigmas e resistência a discursos hegemônicos — aspectos que podem ser lidos como metáforas socioculturais, sobretudo quando se observa a relação do protagonista com o “diferente”.
A adaptação de 2025 se destaca por sua fidelidade emocional à obra original, mas com nuances atualizadas. A estética realista amplia a imersão e humaniza os personagens, contribuindo para o engajamento de novas gerações e para a ressignificação do universo dos dragões. Em termos narrativos, o filme mantém a estrutura clássica da jornada do herói, porém investe em simbologias visuais e na expansão do mundo ficcional, articulando tecnologia digital de ponta com um discurso sensível e inclusivo.
Do ponto de vista midiático, a obra é reflexo de uma tendência consolidada em Hollywood: a reelaboração de narrativas consagradas sob novas linguagens para fins de atualização cultural e expansão de mercado. A campanha de divulgação do filme foi marcada por forte presença digital, com trailers viralizados nas redes e ativações em plataformas de streaming, o que reforça o papel da indústria cinematográfica na construção de produtos transmídia e na renovação do capital simbólico de franquias consolidadas.
Por fim, “Como Treinar o Seu Dragão” (2025) se apresenta não apenas como um espetáculo visual, mas como um objeto cultural relevante, capaz de mobilizar valores afetivos, éticos e políticos junto a públicos diversos. Ao equilibrar nostalgia, inovação tecnológica e pertinência temática, o longa reafirma a potência narrativa do cinema juvenil e sua importância como campo de estudo no jornalismo cultural e nas análises da indústria do entretenimento.
quarta-feira, 2 de julho de 2025
GAROTA EXEMPLAR
Garota Exemplar (Gone Girl, 2014), dirigido por David Fincher e baseado no romance homônimo de Gillian Flynn, é daqueles filmes que nos prendem pelo enredo, mas nos marcam pela inquietação que deixam ao final. O longa apresenta uma construção meticulosa do suspense e da narrativa, com um roteiro afiado e uma estética fria que reforça o distanciamento emocional dos personagens – marcas características de Fincher.
A trama acompanha Nick Dunne (Ben Affleck), um marido aparentemente comum cuja vida vira de cabeça para baixo quando sua esposa Amy (Rosamund Pike) desaparece no dia do aniversário de casamento. A partir daí, o filme desenvolve não apenas uma investigação policial, mas uma profunda análise sobre aparências dentro de um relacionamento, com reviravoltas imprevisíveis que mantêm o espectador em constante estado de alerta.
Do ponto de vista técnico, Garota Exemplar é muito bem-feito. A montagem das sequências é brilhante, unindo passado e presente de forma natural, mas ainda assim surpreendente. A trilha sonora também se destaca: discreta, porém extremamente eficaz — ora silenciosa e tensa, ora inquieta e quase hipnotizante, especialmente nas cenas conduzidas pela narrativa de Amy.
Além dos aspectos técnicos, as atuações merecem atenção especial. Ben Affleck, com sua expressão contida, combina perfeitamente com a ambiguidade do personagem Nick. Já Rosamund Pike rouba a cena com uma atuação complexa, misteriosa e ameaçadora — um desempenho marcante, que a coloca facilmente entre as grandes personagens femininas do cinema atual.
Apesar de toda essa excelência, o final deixou um gosto agridoce. A construção do enredo cria uma expectativa de um desfecho mais explosivo ou conclusivo, e o que recebemos é, na verdade, um encerramento que parece inconcluso. Não por falta de resolução, mas pela sensação de que o filme caminha para algo mais grandioso, apenas para parar e nos deixar no desconforto. Pode-se argumentar que essa era a intenção – mostrar o aprisionamento emocional e psicológico de um casal cuja relação virou um campo de batalha silenciosa –, mas, na realidade, causa um sentimento de que faltou um passo a mais. O filme parece flertar com a ideia de uma continuação, mesmo que talvez não tenha sido essa a proposta original.
Mesmo com esse desfecho, Garota Exemplar é um filme envolvente, elegante e incômodo — uma combinação que contribui significativamente para seu impacto. É impossível ignorar o brilhantismo técnico e a densidade temática da obra, que vai muito além do mistério do desaparecimento. Trata-se de um thriller psicológico de alto nível, uma dissecação brutal — e estilizada — do que significa compartilhar a vida com alguém.
The Big Bang Theory
Entre os dois mundos
Por Tiago Eneas
Em The Big Bang Theory (2007 - 2019, criada por Chuck Lorre e Bill Prady), acompanhamos o cotidiano de Sheldon Cooper (Jim Parsons) e Leonard Hofstadter (Johnny Galecki), dois brilhantes físicos que conseguem solucionar os mais sofisticados problemas da ciência, mas que ainda não desvendaram uma grande questão: como socializar adequadamente. Além dos dois personagens principais, o astrofísico Rajesh Koothrappali (Kunal Nayyar) e o engenheiro Howard Wolowitz (Simon Helberg) também são dois elementos essenciais para a história.
O cotidiano dos quatro altera-se profundamente quando Penny (Kaley Cuoco), uma garçonete aspirante à atriz, muda-se para o apartamento ao lado de Sheldon e Leonard. Ela é sociável, popular e descontraída, diferindo fortemente dos quatro cientistas desajustados. As personalidades distintas e complementares desse grupo proporcionam um núcleo cômico que orbita entre a inclinação acadêmica – e ao mundo nerd – e uma vida social mais agitada. A posterior inserção de Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik) e Bernadette Rostenkowski (Melissa Rauch) também contribuem diretamente para essa lógica.
Os cenários principais da série são o apartamento de Sheldon e Leonard e a Universidade em que trabalham (a Caltech). Não há qualquer trilha sonora, com exceção da tradicional abertura, fazendo com que o principal som sejam as risadas da plateia, o que indica, de certa forma, os momentos humorísticos no episódio (como é típico de sitcoms). As filmagens evitam ângulos muito subjetivos e conservam, normalmente, uma certa neutralidade.
Inicialmente, cada personagem parte de um estereótipo mais ou menos explicitado: Sheldon é o gênio apático, totalmente alheio ao sentimento dos outros; Leonard é um cara boa praça, mas sem muito jeito; Howard é o “engraçadão” e pretenso mulherengo; Raj é o nerd incapaz de falar com mulheres e Penny é a loira burra. O que, em princípio, parece unidimensional, é rapidamente superado em virtude da profundidade e das características únicas de cada um deles.
A produção conta com um vocabulário simples e acessível mesmo quando aborda conceitos ou definições científicas – com exceção de Sheldon, que intencionalmente possui um linguajar complexo e até mesmo caricatural – , algo que facilita a compreensão e imersão do espectador. As cenas dramáticas e os arcos de romance adicionam uma carga adequada de drama, contribuindo para uma narrativa mais densa.
A jocosidade se constitui, principalmente, com base nas piadas e nas interações incomuns dos personagens. Vale ressaltar, contudo, que muitas dessas tiradas, como as de Howard, poderiam não ser bem vistas hoje, principalmente pelo teor machista e misógino – mesmo que isso seja uma etapa necessária para a desconstrução do personagem que, como mencionamos, parte de um arquétipo.
No que tange à mudança dos personagens, é inevitável destacar o fato de que Raj não amadurece tanto como os outros três. Sheldon se torna muito menos robótico, mais empático e menos egoísta; Howard – o que mais muda dentre os quatro – torna-se alguém completamente diferente, abandonando suas piadas problemáticas e atingindo um grau mais elevado de independência emocional; Leonard consegue, de certa maneira, trabalhar seus traumas emocionais e consolidar seu relacionamento com Penny. Koothrappali, por sua vez, parece lidar com os mesmos problemas do início ao fim, sem muito progresso. É um fato que ele consegue falar com mulheres, mas mostra uma imaturidade característica do personagem que também era na primeira temporada. Não consegue estabelecer um relacionamento por essa falta.
Por fim, pode-se dizer que The Big Bang Theory é apaixonante, tanto em relação aos erros quanto aos acertos. O que em princípio poderia ser nichado, agradável somente aos “nerds”, furou a bolha. Por meio de personagens cativantes e complexos, a série aborda conflitos humanos de uma maneira palatável para todos os públicos.
Os Incompreendidos