Samara Oliveira
“Julie and the Phantoms” acompanha a história de Julie (Madison Reyes), uma adolescente que perde o amor pela música após a morte da mãe. Tudo muda quando ela conhece Luke (Charlie Gillespie), Reggie (Jeremy Shada) e Alex (Owen Joyner), três fantasmas de uma banda dos anos 90 que morreram de forma inusitada (em uma cena tragicômica envolvendo cachorros-quentes). Apesar do susto inicial, Julie desenvolve uma forte conexão com os três, que fazem renascer nela o amor pela música. Juntos, eles formam uma nova banda, “Julie and the Phantoms”, e descobrem que a música tem o poder de conectá-los ao mundo dos vivos.
Dirigida por Kenny Ortega, conhecido por sucessos como “High School Musical” e “Descendentes”, e produzida por Dan Cross e David Hoge (“The Thundermans”, “Par de Reis”), “Julie and the Phantoms”, é inspirada na série brasileira “Julie e os Fantasmas” (2011), feita pela parceria entre a Rede Bandeirantes e a Nickelodeon Brasil. Desde o primeiro episódio, a produção encanta com sua estética vibrante, repleta de cor, brilho e energia, além de efeitos especiais bem utilizados principalmente durante as cenas musicais, um dos pontos altos da série.
Visualmente, Julie and the Phantoms chama atenção pela iluminação e pelas cores vivas que acompanham as emoções dos personagens, pelos figurinos criativos que refletem a personalidade de cada um, misturando estilos de diferentes épocas com um toque moderno e por cenários dignos de nota que, em conjunto com outros elementos, contribuem para tornar o universo da série único e alimentar seu clima mágico. A mistura entre passado e presente aparece tanto na estética quanto nas relações dos personagens, que atravessam barreiras de tempo, vida e morte para se apoiar mutuamente.
A trilha sonora original é uma dos elementos mais memoráveis da série. Com composições que transitam entre o pop-rock e o musical contemporâneo, músicas como "Edge of Great", "Bright” e a tocante "Unsaid Emily", que arrancou lágrimas do público, impactam e emocionam. As canções estão intrinsecamente conectadas com as cenas e os sentimentos dos personagens, funcionando como uma extensão de suas vozes e dores.
A série alterna suavemente entre o drama e o humor, explorando temas profundos como o luto, a amizade, a busca pela identidade e a coragem de seguir em frente. Há também um comprometimento com a representatividade, tanto étnica (a protagonista é latina!) quanto afetiva, com destaque para o arco do personagem Alex, que protagoniza um romance LGBTQIA+ tratado com naturalidade e respeito.
Apesar de seu potencial, da sua qualidade técnica e de ter sido amplamente bem recebida pelo público, “Julie and the Phantoms” foi cancelada pela Netflix após apenas uma temporada, deixando pontas soltas na narrativa e partindo o coração dos fãs que até hoje esperam por uma continuação. Ainda assim, Julie and the Phantoms permanece na mente e no coração dos fãs, graças ao seu carisma, visual marcante e uma história envolvente que celebra o espírito transformador da música.
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