quinta-feira, 22 de junho de 2023

multiverso

 TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO


Monalisa Peixoto Soares


O filme “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” desafia a perspectiva do telespectador em cada minuto das quase duas horas e meia de tela. Classificado como drama, comédia e ficção científica, sua narrativa traz a história de uma imigrante chinesa que está enfrentando problemas com a receita dos Estados Unidos ao passo que vivencia conflitos distintos com sua filha e seu marido. O filme explora a questão do multiverso, onde Evelyn (Michelle Yeoh) é convocada para salvar as realidades paralelas de uma possível destruição.

Semelhante a “Inception” (2010), também há uma equipe que trabalha em uma van monitorando o fluxo de viagens nas linhas temporais. Cada realidade possui características e habilidades específicas que podem ser acessadas por meio de ações imprevisíveis e aleatórias, como grampear a própria testa. A experiência com os “superpoderes” de cada linha temporal lembra o filme “Lucy” (2014) e “Sem Limites” (2011), com efeitos visuais imersivos e dinâmicos, criando uma experiência imersiva. Seus figurinos e maquiagens extravagantes trazem uma estética futurista e algumas cenas tem referências visuais de “Aves de Rapina” (2020), quando confetes coloridos e elementos lúdicos são inseridos no lugar do sangue.

Os diálogos trazem temas sensíveis, como as diferenças intergeracionais, a aceitação da homossexualidade, a construção da identidade e a crise nas relações humanas. O filme peca em certos momentos ao romantizar a questão do suicídio, mas no geral, articula discussões relevantes de forma muito sutil. Para os amantes do cinema como uma forma de provocação (e não apenas entretenimento), o vencedor do Oscar 2023 de melhor filme é um buffet completo.

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