terça-feira, 5 de dezembro de 2023

La La Land


Victor Bruno Cavalcanti Santos


La la land, musical de 2016, dirigido por um dos nomes mais proeminentes do cinema norte-americano da atualidade, Damien Chazelle, já nasceu como um clássico moderno instantâneo. O longa conta a história da atriz Mia e do pianista Sebastian que, após um romance avassalador um tanto quanto improvável, tentam estabelecer suas carreiras na grande Los Angeles, e esforçam-se para conseguir lidar seu relacionamento com a competitividade implacável da “Cidade das estrelas”.

Quando digo que La la land já nasceu como um clássico moderno instantâneo é devido a lição de casa que a produção do filme fez para constituir tal obra. O diretor busca em suas inúmeras fontes de inspiração para moldar um filme que é antigo, com sua fórmula de romance igual grandes clássico como “E o vento levou” e “Casablanca”, mas também moderno com sua linguagem dinâmica e com avanços da modernidade, como o aprofundamento na personagem feminina retratada, que também é uma das protagonistas, como uma mulher empoderada e não dependente de um homem para realizar suas ações. Com tudo isso em sua

bagagem, Chazelle também bebe de diversas fontes de filmes musicais para referenciar em sua obra, o mais evidente deles “Cantando na chuva”, com suas cenas musicais grandiosas e com vários planos sequência apoteóticos. A escalação de Emma Stone como Mia, a qual rendeu o Oscar de melhor atriz, foi extremamente certeira, pois seu carisma e talento movem completamente a narrativa, especialmente devido ao seu vocal, o que já não se pode dizer sobre Ryan Gosling como Sebastian. Gosling atua assertivamente e entrega o que o roteiro pede, especialmente no quesito das coreografias, entretanto, seu vocal não chega nem aos pés da parceira, Emma Stone, deixando uma estranheza quando os dois cantam juntos, pois é perceptível claramente a diferença vocal entre ambos. Apesar disso, a experiência com o filme não se perde, principalmente devido aos quesitos técnicos da obra. A fotografia da película, com tons de roxo, azul e vermelho bem vibrantes, constroem uma cidade quase como fantasiosa, a “cidade das estrelas”, onde tudo é possível. Além disso, outro aspecto extremamente importante do filme é sua trilha sonora impecável, a qual utiliza principalmente do Jazz para moldar os sons ouvidos durante toda a narrativa.

Visto isso, a obra em questão embarca você em uma jornada apaixonante sobre música, romance, busca pela fama e reconhecimento, além de apontar a importância da valorização do passado para a perpetuação da cultura. Dessa forma, La la land não se propõe em revolucionar o cinema ou reinventar a roda, ele busca achar um lugar ao sol, referenciando os grandes clássicos que vieram antes dele, reconhecendo o valor que eles tiveram, e mostrar para hollywood que filmes originais e singulares, sem precisar se escorar em uma grande franquia, ainda podem ser produzidos e que as pessoas ainda querem ver obras originais bem feitas como a obra de Chazelle.

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