sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Maria Antonieta


Rafael Endres Moreira Campelo


Maria Antonieta: Por que devo assisti-la?

A obra Maria Antonieta, que foi escrita e dirigida por Sofia Coppola, mescla a ambientação clássica com a moderna ao trazer a época luxuosa da monarquia francesa com músicas da contemporaneidade, tornando-se referência em estilística no audiovisual. 

Maria Antonieta, nascida na Suécia, é enviada à França para casar-se com o príncipe Luís XVI, no século XVIII. Sua história foi marcada por fofocas, mentiras, festas e muito luxo. Ela foi, na vida real, uma importante figura do reino francês, e o filme a retratou como uma mulher doce, meiga e poderosa. Dessa forma, para além de entretenimento, é uma forma de se contar um período da memória europeia.

Lançado em 2006, o quadro móvel do filme, analisando-o sob uma perspectiva de David Bordwell, teve uma montagem recheada de inovações para o cinema mundial. Assim, é marcado por diversos elementos de composição fílmica, como ângulos plongée, contra-plongée, planos sequências, entre outros. Agora um ponto negativo a se destacar foi o uso incoerente do plano subjetivo, que trouxe filmagens desestabilizadas, mas que não retratavam a visão de uma personagem.

As técnicas estilísticas dessa obra definitivamente são o ponto alto. Tudo milimetricamente bem executado. Vestimentas, objetos, móveis, imóveis e campos no estilo da realeza conseguiram, de forma unânime, passar a mágica dos reinos imperiais europeus. Para aqueles que se interessam pela alta moda o filme pode ser ainda mais atrativo. A obra fez uma composição de figurino extraordinária, que remetem ao século XVIII na Europa. Vestidos longos (rococó), roupas de gala, penteados surpreendentes, marcam ele.

A continuidade temporal é algo a se destacar. O filme tem cortes bruscos, pulando dias, ou até meses, de uma só vez, e sem contextualizar o que possa ter ocorrido. Para os leigos da história europeia, e, claro, mundial, esses cortes podem fazer com que a obra seja mal interpretada. Dessa forma, a estrutura organizacional pode deixar a desejar.

Concluo esta resenha com a afirmação de que Maria Antonieta é um filme muito bonito de se assistir, sua estética é bem executada, seu roteiro é uma excelente e fiel adaptação da história de uma das rainhas mais renomadas da história. Assim, mesmo com apontamentos não tão positivos da continuidade temporal na obra, é um filme suave e delicado para se assistir em um dia de clima ameno. Ele traz romance, amizades, intrigas, guerras e traições.

E, assim, mantém o espectador bem entretido.


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