Letícia Meira
Bacurau é um filme nacional que transcende gêneros, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o longa conta a história de um pequeno povoado no sertão brasileiro que, após a morte de uma de suas moradoras mais queridas, começa a perceber estranhos acontecimentos e se vê ameaçado por forças externas.
O que me encanta em Bacurau é como ele representa o Brasil real, o Brasil profundo e tantas vezes esquecido. É um retrato visceral do povo marginalizado, que resiste às opressões e enganos com força e união. A narrativa é repleta de metáforas que escancaram problemas históricos, como desigualdade social, violência e a exploração de terras e pessoas, mas tudo isso é mostrado, sem perder a carga emocional e simbólica.
O filme é um marco porque consegue capturar a essência do Nordeste, desde o sotaque, as expressões, até as manias tão características do povo sertanejo. A cultura nordestina está viva em cada cena, seja no modo de falar ou nas relações entre os personagens. É impossível não se sentir dentro daquela comunidade, compartilhando os medos e as lutas de seus moradores.
Além disso, Bacurau questiona quem são os verdadeiros "vilões" da história, refletindo sobre colonialismo, poder e resistência. É um filme que conversa com o Brasil de hoje e de sempre, nos fazendo enxergar que mesmo diante do descaso e da opressão, há força na coletividade.
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