quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Nosferatu - 2024

 Nosferatu - 2024 

Renan Felipe

Um conto romântico, sensual e perturbador, esse é “Nosferatu”. A nova adaptação do clássico do terror, dirigida e roteirizada por Robert Eggers, é uma homenagem ao filme que o inspirou a trabalhar com cinema. É perceptível a forma como o diretor é autêntico em suas obras, como “O Homem do Norte”, “A Bruxa” e “O Farol”. O filme “Nosferatu” se passa nos anos 1800 e conta a história de Ellen (personagem interpretada por Lily-Rose Depp), que desde a adolescência tem sonhos bastante perturbadores que se conectam ao misterioso Conde Orlok (interpretado por Bill Skarsgård). 

A história se inicia quando o marido de Ellen, o vendedor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult), acaba tendo que sair de Visborg, sua cidade, e ir até a Romênia para realizar a venda de um imóvel que mudaria sua vida financeira. No entanto, Ellen não quer que Thomas vá, pois tem um pressentimento horrível de que algo ruim poderia acontecer. Desde nova, a moça tinha sonhos estranhos e perturbadores, mas isso havia acabado quando conheceu Thomas. Quando o rapaz viajou a trabalho, ela iria passar alguns dias na casa de um amigo do seu esposo e, com a viagem do marido, voltou a ter esses sonhos. 

Ao finalmente chegar ao castelo onde o comprador estava, Thomas descobre que a pessoa com quem iria fechar negócio era o Conde Orlok. Thomas sentiu algo estranho vindo daquele lugar; ele queria ir embora, mas não conseguiu. O rapaz havia caído na armadilha do Conde para deixar sua esposa sozinha. Ellen tinha uma conexão com o Conde, pois sua alma e seu coração estavam presos a ele em um ritual que ela havia feito quando era mais nova. Desde então, o Conde quer fazer de tudo para ter Ellen ao seu lado. 

O filme traz muitas referências do clássico de 1922, como a cena final em que Nosferatu vai até o quarto de Ellen. É perceptível o cuidado que o diretor teve na construção do filme, algo já predominante em seus trabalhos como na criação da cidade de Visborg e do vilarejo pelo qual o personagem de Nicholas Hoult passa no caminho para a Romênia. Além da caracterização dos personagens, como a do próprio Nosferatu. O trabalho e cuidado para tornar o personagem assustador são notáveis; mesmo sendo diferente do antigo Nosferatu, ele ainda possui características que se assemelham ao personagem do clássico de 1922, incluindo elementos do expressionismo alemão. 

A fotografia de “Nosferatu” se assemelha muito aos trabalhos anteriores do diretor, como “A Bruxa” e “O Homem do Norte”. Acredito que isso faz o diretor ter uma identidade visual em seus trabalhos, assim que você assiste a um filme dele, já sabe que é uma obra dele somente pela fotografia. As cores e iluminação usadas no filme também são dignas de elogios, assim como a ambientação dos cenários e a fidelidade histórica. O “Nosferatu” de 2025 é uma experiência que precisa ser assistida, assim como o filme de 1922, que é uma jóia para o audiovisual e para o expressionismo alemão.

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