Marcelo
Nascimento
Wonka é um filme de fantasia musical
dirigido por Paul King e escrito por Simon Farnaby e o próprio King, baseado na
obra A fantástica Fábrica de Chocolate de Roald Dahl.
Nessa versão, temos uma visão alternativa do Willy Wonka
jovem, que inicia sua jornada em busca de seu sonho, que é se tornar um grande
chocolateiro.
O filme, que a presenta uma nova
estética, trazendo como protagonista Timothée Chalamet, tenta reimaginar a
história de Willy Wonka, mas foge de alguns aspectos observados nas versões de 1971,
estrelada pelo saudoso Gene Wilder e a de 2005, protagonizada pelo excêntrico
Johnny Depp.
A versão traz uma trilha sonora
contagiante e um trabalho de arte magnífico, com cenários e figurinos
criativos.
Com um roteiro pouco original, o
filme preserva características das duas versões anteriores, como a inesquecível
canção imagination, mas explora pouco a figura dos Oompa-Loompas, fiéis
ajudantes de Wonka anteriormente,
com suas canções e coreografias que ficaram nas nossas mentes,
mas que agora, aparece como uma única figura solitária, que persegue Wonka em busca do chocolate, para
se redimir com seus pares.
Nesse novo enredo, Willy não conta
mais com os Oompa-Loompas para ajudá-lo na fabricação de seu chocolate, e sim
com o auxílio de Noodle e os demais aprisionados pela dona da pensão
Por outro lado, essa versão nos
mostra novos elementos, como a mudança de gênero dos personagens, Noodle, uma
garota negra, ocupando o espaço de Charlie, um garoto branco, e as figuras que demonstravam
as personalidades nocivas, como inveja, gula, ira, soberba, representadas pelas
crianças nas duas primeiras versões, sendo substituídas por personagens
adultos, como os rivais de Wonka, Slugworth, Fickelgruber, Prodnose, o chefe de polícia,
Mrs, Scrubitt e outros.
Outra
análise comparativa que podemos mostrar, são as
interpretações dos personagens principais, quando na versão original, tivemos uma
interpretação sóbria apresentada por Gene Wilder, e já na segunda versão, nos
deparamos com a interpretação caricata de Johnny Depp, característica da
maioria de seus personagens e, na versão Wonka, temos a interpretação de Chalamet
que destoa das duas anteriores,
onde
sua jovialidade e carisma,
cativaram o público.
A jornada de Wonka poderia explorar
mais a fundo suas motivações e complexidades, pois baseado nas experiências anteriores, seria
possível dar mais intensidade à obra, mas acaba se
concentrando em elementos mais superficiais. É um filme visualmente complexo e apresenta
muita magia, mas falha em entregar uma narrativa mais profunda e que fique guardada
na mente do espectador. É uma opção divertida para quem busca uma experiência
cinematográfica leve e despretensiosa, mas pode ser insuficiente para aqueles
que esperam uma obra mais complexa e inovadora.
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