quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Dias Perfeitos (2023)


Dias Perfeitos (2023)

 

Lavínia Heloisy Manso Cruz


Um dos meus filmes favoritos de 2024 foi “Dias Perfeitos”, dirigido por Wim Wenders. Nele, mergulhamos na vida de Hirayama, um senhorzinho que trabalha limpando banheiros em Tóquio. E é isso. O filme tem uma delicadeza poética e transforma o cotidiano em algo profundamente comovente. A maneira como Hirayama vive, com uma rotina simples, mas prestando atenção aos pequenos detalhes da vida, como a luz do sol através das árvores ou a música que ele escuta no carro a caminho do trabalho, é um lembrete poderoso de que a beleza muitas vezes está escondida nos lugares mais comuns. Isso me fez refletir sobre como, frequentemente, estamos tão apressados que deixamos de ver a beleza nas coisas mais simples.

"Dias Perfeitos" é, acima de tudo, uma celebração dos pequenos detalhes que fazem a vida valer a pena. É um filme que te obriga a desacelerar, a observar e a sentir o que há de mais simples e mais belo no cotidiano. O que realmente importa no final do dia? Estamos realmente vivendo nossos dias ou estamos esperando algo maior, enquanto a vida nos escapa pelos dedos? O tempo que Hirayama compartilha com outras pessoas também é incrivelmente tocante. Seja na companhia da sobrinha ou dos amigos, há algo de muito humano em sua forma de estar com os outros. Ele não fala muito, mas sua presença é cheia de intenção e generosidade. Esses momentos me fizeram refletir sobre como, às vezes, o simples ato de estar com alguém, sem distrações, sem pressa, pode ser o que realmente importa.

Ao assistir ao filme, senti como se estivesse reaprendendo a ver o mundo. O que me parecia banal no início, uma folha caindo, a brisa em um parque, a rotina de alguém, foi ganhando camadas de beleza e profundidade à medida que o filme avançava. É quase como se Hirayama estivesse sussurrando para nós: "Você está vendo? A vida está aqui, agora, nessas pequenas coisas." No final, "Dias Perfeitos" não é apenas um filme sobre Hirayama; é um convite para cada um de nós. Ele nos chama a redescobrir o que realmente nos move, a encontrar beleza onde antes havia indiferença e a aproveitar os momentos que parecem pequenos, mas que no fundo, são tudo o que temos.

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