domingo, 4 de dezembro de 2022

criatividade na vida

 


CRIATIVIDADE: UM “DOM” DE NECESSIDADE


Ana Carla Lobo do Nascimento


Ao longo da história humana a criatividade se transfigurou com nomes e expressões diversas, tomando formas diferentes a cada novo contexto, cultura e sociedade. Como para os filósofos, a criatividade poderia surgir como uma ideia nova, ao longo dos anos dizia-se que quem a possuía eram figuras inteligentes, capazes de mudar o mundo com sua inovação.

Embora a criatividade possa se apresentar de tais formas, vê-se que ela afirma-se para além da máxima de que “a criatividade é um dom para poucos.’; ou então que ela seria uma dádiva concedida aos artistas e suas produções o ápice de seu exercício. Porém, como citou Fayga: “O vício de considerar que a criatividade só existe nas artes, deforma toda a realidade humana”.

Para analisarmos o modo que a criatividade se comporta usaremos de alguns artifícios: o texto “Introdução a criatividade” de Marcos Nicolau e dois longas-metragens: “Tick, Tick... Boom!”, de 2021 e “Perdido em Marte” de 2015.

Para Marcos Nicolau – e autores citados em seu texto –, a criatividade comporta-se quase como um mecanismo funcional, e muitas vezes de sobrevivência. Como, por exemplo, no filme “Perdido em Marte”, o protagonista Mark Watney se encontra longe de seu planeta – Terra –, sozinho em um local que em nada favorece sua sobrevivência e sem mantimentos. No entanto, em certo momento da narrativa ele descobre que com a plantação de batatas consegue se manter vivo em Marte até o seu resgate. A maneira que o protagonista achou de sobreviver no planeta, revela como a criatividade possui um instinto de “facilitação”, ou seja: em momentos de extrema necessidade, ela atua quase como uma força motora de solução de problemas.

Em “Tick, Tick…Boom!” O protagonista é um compositor que há anos convive com um bloqueio reativo, ele aguarda pelo dia em que sua criatividade irá “despertar” novamente e lhe entregar um novo musical, entretanto passa oito anos escrevendo-o, sem oportunidade para destacar-se em Nova York, com conflitos de um jovem adulto. Ele lida com a ideia de como lidar com o tempo que se tem.

Ambos os filmes revelam formas diferentes do comportamento da criatividade, mas das duas formas elas são vistas como um “dom” natural, que antecede o ser humano. O que se atribui a ela, é a maneira que é usada.

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