quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

NATHALIA KAREN DA SILVA NUNES

O filme “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” é diferente de tudo que você viu até agora. Apesar de se tratar de um filme que retrata o tão falado e atual multiverso, ele não se parece em nada com tudo o que foi visto até hoje dentro dessa temática. Se trata não só de uma aventura através dos universos, mas também é sobre a importância da família, de quebrar ciclos tóxicos e como isso faz total diferença na vida das pessoas.

O filme é atual em várias vertentes, além de falar sobre multiverso, ele também traz um pouco de psicologia, digamos assim, nos lembrando da convivência saudável com os familiares e como a nossa vida gira em torno disso. É muito interessante de assistir e apesar de ter 2h, o tempo passa muito rápido, não é cansativo.

Bom, agora vamos entrar na parte em que eu descrevo o filme sem tirar a sua curiosidade e vontade de assistir. Em um primeiro momento, o filme mostra uma mulher que tem uma vida totalmente disfuncional. Nada vai bem, desde os negócios até a família. Evelyn Wang é a personagem principal, uma imigrante chinesa nos Estados Unidos que leva a vida no automático. Sobrecarregada, Evelyn acaba cometendo muitos erros.

No início do filme, durante uma entrevista importante, Evelyn é levada pelos multiversos, ela é avisada de que o mundo está em perigo, e ela é a única que pode salvá-lo. Nesse momento, Evelyn passa por uma retrospectiva de toda a sua vida, ela vivencia os ruins e os bons momentos que viveu. E é nesse momento do filme que assistimos a grande problemática: o relacionamento ruim de Evelyn com o seu pai.

A partir daí, o filme nos mostra a grande vilã da história, ninguém menos do que a filha de Evelyn, Joy Wang. A super vilã dos multiversos, é na verdade, uma filha incompreendida, machucada pela relação ruim que tem com a mãe. Evelyn não associa sua filha àquela super vilã em um primeiro momento, muito pelo contrário: Evelyn vê aquela vilã como alguém que está “possuindo” o corpo de sua filha, colocando nela toda a culpa pelo comportamento ruim de Joy.

No meio do filme, Evelyn e a Joy do Multiverso finalmente conseguem conversar, nesse momento a vilã explica que não quer lutar com Evelyn, e sim mostrar a ela as coisas ruins do mundo, tentando convencer Evelyn a desistir de tudo, e entrar numa espécie de buraco negro dos multiversos junto com ela.

Evelyn finalmente tem um momento de lucidez e percebe que a super vilã do multiverso é a sua filha, que se comporta daquela forma por causa dos anos e anos da relação conturbada de uma família disfuncional. Depois que a protagonista constata isso, ela tenta resgatar sua relação com todos da família, primeiro com o marido e pai de Joy, depois com o próprio pai. Na minha visão, o filme encerra o enredo perfeitamente no momento em que Evelyn quebra o ciclo disfuncional com o seu pai. Depois de se entender com o pai, ela se cura dessa ferida e só assim é capaz de acolher a filha, trazendo-a de volta para perto.

Em todos os universos Evelyn e Joy se reconciliam, a família se reconstitui e o filme acaba. A mensagem passada é impecável. Não é um filme sentimental demais, nem melancólico. Em alguns momentos ele chega a ser cômico inclusive. É de se admirar. A ideia é genial, trata-se de dois assuntos muito atuais, unidos em um só filme.


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