domingo, 4 de dezembro de 2022

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Resenha — Ludoaprendizagem desplugada: pensamento computacional com jogos de tabuleiro no ensino fundamental

Thaís Medeiros Fernandes

Escrito por Marcos Nicolau, “Ludoaprendizagem desplugada: pensamento computacional com jogos de tabuleiro no ensino fundamental” foi lançado em 2021, introduzindo um meio de inserir na aprendizagem a tecnologia, mas sem aparatos tecnológicos. O livro fala sobre o pensamento computacional, como induz o título, e a importância de seu conhecimento desde cedo, principalmente no que tem relação à capacidade de resolução de problemas.

Não há como negar o impacto das novas tecnologias no mercado de trabalho e mesmo em nosso dia a dia, então é de extrema importância que jovens tenham noções sobre elas. Mas, como no Brasil não são todas as escolas que têm acesso a computadores, outra forma de garantir essas aprendizagens necessárias trazida por Marcos Nicolau foi através de jogos de tabuleiro. Os dois parecem não ter muita relação, mas o livro nos mostra como esses jogos podem estimular processos cognitivos para o pensamento computacional, além de trazer 24 jogos super diferentes como exemplos.

Nicolau apresenta diversos conceitos sobre informática de uma maneira leve, inserindo a parte didática da obra com uma linguagem fácil de entender e acompanhar. Durante todo o livro, são mostrados jogos de tabuleiro de várias culturas e tempos históricos, incluindo até jogos criados pelos celtas milhares de anos atrás, que acompanham desenhos e em cada página o leitor encontra um diferente. Isso é essencial para a obra, pois deixa a leitura mais divertida e mais rápida também, além de facilitar a compreensão, aumentar a curiosidade e interesse e enriquecer o repertório cultural do leitor.

De forma geral, o livro realmente cumpre a proposta de mostrar como podemos inserir o pensamento computacional, algo tão tecnológico, de um jeito simples, sem precisar de computadores nem equipamentos super caros. O foco é na racionalidade da coisa, em como solucionar os problemas dos jogos que não dependem da sorte, mas sim do raciocínio e da lógica do jogador. Mas nos faz também refletir: jogos de sorte também não proporcionam isso?

Um jogo que tenha regras, que necessite do uso lógico, mas que também dependa da sorte de jogar um dado, por exemplo, me parece muito mais interessante. Afinal, se temos a má sorte de tirar um número baixo, temos que arranjar um meio de passar por cima dessa má sorte e solucionar o problema para ganharmos a partida, certo? Os jogos de tabuleiro apresentados são ótimos e há uma grande variedade deles, mas senti falta da incorporação dos jogos que dependem também do acaso, pois, na minha opinião, são os que mais estimulam processos cognitivos e promovem desafios, além de muito mais divertidos.

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