sexta-feira, 29 de julho de 2022

Bruno

 


Bem-vindo, Bruno! Com Spoilers…


Gisla Eduarda dos Santos Brito


A primeira e única temporada de “É o Bruno!” (2019), da Netflix, é uma série rapidinha, com apenas oito episódios, essencial e divertidíssima para os amantes de cães. A história gira em torno de Malcolm (Solvam Naim), um homem fascinado por seu cão, e que faria, literalmente qualquer coisa, para seu melhor amigo de quatro patas, o puggle Bruno. Os dois são inseparáveis e lidam com diversas situações típicas do mundo canino: problemas com vizinhos, guerra entre passeadores, pessoas que não recolhem o cocô de seus animais, amores problemáticos, psicopatas fãs de cachorros e, principalmente (a pior coisa para a dupla) a proibição de entrar no mercado do bairro.

Malcolm dá tratamento de rei ao seu cachorro e quer garantir que todos ao seu redor tratem o mesmo com o respeito que ele merece, quase como se fosse um deus. Na série, esse sentimento só é conquistado no fim do último episódio, em que podemos ver a redenção do Brooklyn, onde os dois vivem, mas não antes de muita luta (e porrada) por parte de seu amado dono.

O último episódio da minissérie intitulado “Bem-vindo, Bruno” é a representação final do maior desejo da dupla: entrar no mercado. Esse feito, não é só um simples ato para os dois, é a prova que Bruno não é qualquer outro cão, ele “é um ser humano também” como Malcolm diz. O interessante aqui, é que além de seu melhor amigo, podemos ter outra interpretação sobre o pet, que ele seria a representação do ego de seu dono e por isso Malcolm teria atitudes tão maníacas e precisaria protegê-lo a qualquer custo, já que qualquer atentado (por menor que seja) contra o bichinho, poderia levá-lo ao fundo do poço, como visto no sexto episódio da série.

Ainda sobre o final da primeira temporada, vemos o uso de uma linguagem cômica que utiliza a ferramenta da repetição de imagens e sons, fazendo com que você não consiga parar de assistir e rir. Visualmente, a entrada no mercado é retratada como um sonho, com trilha sonora de música clássica e câmera subjetiva centrada no Bruno, afinal ele é a estrela aqui.

Os personagens que apareceram durante o decorrer da série reaparecem para reafirmar e se curvar diante da superioridade da figura canina, mas o devaneio é repentinamente cortado para uma revelação chocante: Bruno possui uma vida dupla. E esse fato é, sem dúvida, o gancho necessário que a minissérie precisava para dar aquele gostinho de quero mais. Quem era Bruno no passado? Ele já teve outro dono? Será que seu nome é mesmo Bruno? Essas perguntas por enquanto não tem previsão de resposta com a indefinição da emissora sobre a renovação da série, mas sem dúvidas, a obra é uma boa pedida para um relaxante momento de fantasia.

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