terça-feira, 26 de julho de 2022

His Dark Materials

 

Luiz Julião 

Sabrina Beatriz


Na primeira parte da série acompanhamos Lyra. Uma órfã que vive na faculdade de Oxford cresceu em meio a estudiosos e catedráticos, presa em um mundo do qual sempre sonhou se libertar. A garota é a nossa protagonista no começo da série. Com o desenrolar da história conhecemos Will, o segundo protagonista. O garoto também vive em Oxford, mas não na Oxford de Lyra. Will vive em um outro universo. 

No mundo de Lyra os daemons existem como a alma ou consciência em forma de animal que caminha ao lado das pessoas e podem assumir a forma de vários animais diferentes. Ao decorrer da série descobrimos que os daemons são ligados aos humanos através do Pó. Quando a criança atinge a puberdade o Pó se fixa e seu daemon assume uma forma fixa. O Magisterium vê isso como o motivo de tudo que é ruim e para acabar com todo o mal do mundo é necessário cortar essa ligação e separar o ser da consciência. Transformando a criança em um adulto sem vida que apenas obedece ordens sem questionar. 

O Magisterium quer ordem e obediência. Todos que tentam desviar do que é estabelecido acabam excluídos da sociedade ou mortos. O povo gipsio é vítima do Magisterium por não seguir à risca o que é imposto e por isso são pessoas sempre à margem da sociedade, gente que não é bem vista. Assim como as feiticeiras e os ursos de armadura, que são tão afastados da vida comum imposta pelo Magisterium que ganharam status de lenda. 

His Dark Materials aborda temas como família, escolhas, livre arbítrio e liberdade. A série faz esse paralelo constante com grandes instituições, principalmente religiosas que demandam apenas obediência cega. Que excluem qualquer um que não siga à risca as regras estabelecidas. A história convida o espectador a pensar mais a fundo em suas escolhas. Por que elas são feitas? Por que deveriam ser feitas? Quais as consequências de suas ações? A busca pelo conhecimento e pela verdade, sem deixar se levar pelo que é imposto. 

Por fim, a série tem uma fotografia belíssima que só agrega a narrativa. O roteiro é fluido e coeso. Explicando o que deve explicar e quando deve explicar. O mistério do que está acontecendo na narrativa só nos deixa mais engajados querendo saber o que vem a seguir. Dafne Keen é a Lyra. Ruth Wilson é a Sra Coulter. E a interação entre as duas é sempre algo maravilhoso de assistir. Principalmente nas cenas que as duas entram em conflito. É uma boa série. Uma viagem divertida que entrega o que promete do início ao fim.

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