sábado, 26 de novembro de 2022

A Ganha-Pão

 

Laura Abreu da Silva


A Ganha-Pão” é uma animação de 2017, dirigida por Nora Twomey, de extrema importância. Foi premiada em diversos festivais ao redor do mundo e indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro em 2018. A narrativa é triste e dramática, porém realista. Faz um ótimo retrato do Talibã e como várias famílias do Afeganistão sofreram com o regime na época e continuam sofrendo atualmente.

Parvana é uma corajosa garota de 11 anos, afegã, filha de um professor e de uma escritora, que lida com as limitações impostas pelo Talibã. Após seu pai ser preso injustamente, ela corta o cabelo e finge ser um menino para ajudar sua família, pois o regime impede mulheres de andarem na rua sem um homem. Em paralelo aos duros acontecimentos do filme, ela conta uma história para acalmar seu irmão mais novo sobre um garoto que precisa derrotar um elefante que roubou todos os grãos da população.

A animação é lindamente realçada pelo contraste entre o marrom, o laranja e o cinza para retratar a beleza das cores do local, mas também a dor. Fora isso, o uso de cores fortes em momentos de sonhos, histórias e esperança. A narrativa é profunda e consegue tocar o coração do telespectador ao mostrar a perseverança de Parvana em meio a tanta angústia e injustiça. É fundamental representar a realidade da dominação do Talibã e como as mulheres tiveram sua liberdade roubada e o filme faz isso. Sua mensagem é clara e seu objetivo é representar a vida de jovens meninas que passam por situações semelhantes e criam coragem para lutar, dando ênfase no desfecho história: “Levante suas palavras, não sua voz. É a chuva que faz as flores crescerem, não o trovão”.


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