terça-feira, 29 de novembro de 2022

cisne negro

 

Victor Eduardo


Nesse terror-psicológico do diretor Aronofsky, que talvez seja o seu melhor filme até da sua carreira, conta a história de Nina (Natalie Portman) uma bailarina de Nova York que almeja um papel como solista numa nova temporada de ballet com um clássico reinventando do lago dos cisnes, mas percebendo que as coisas fogem do seu controle quando se depara por pressão e assédios do seu diretor manipulador, da sua mãe super protetora e da nova bailarina Lily (Mila Kunis) que é tão boa quanto a Nina, e assim tornando sua rival.

O filme trata da busca da perfeição de Nina como uma bailarina, uma menina frágil, vulnerável e extremamente controlada, e com uma técnica precisa, contudo ela encontra dificuldades de interpretar o papel principal de rainha dos cisne, que além de ser o cisne branco doce e sutil que faz com maestria segundo o próprio diretor da peça, ela precisa interpretar o cisne negro que é o exato oposto do que ela ´é´ um ser provocativo e ameaçador, assim ela sente bastante dificuldade de interpretar esse papel e ainda de se ver ameaçada com inveja da sua colega Lily, essa apresenta a essência do cisne negro.

Nisso a Nina começa um processo de se auto descobrir sexualmente, sentimento esse reprimido pela sua mãe mas atiçado pelo seu diretor e explorar uma dependência em sua vida que nunca teve em seus 28 anos de idade, Nina aos poucos é tomado por uma paranoia e ansiedade que fazem ela não saber mais o que é real ou não e acompanhamos tudo na história na perspectiva dela fazendo o espectador imergir naquele universo com destreza até na escola de muitos ângulos pegando a costa de nina como se ela estivesse sendo perseguida como se nós estivéssemos perseguindo ela.

É notável uma dualidade que perpassa por todo filme seja as duas personalidade da Nina lutando para ver qual vai prevalecer naquele corpo quase como se as duas não pudessem existir o cisne branco e negro na mesma pessoal, e nos próprios personagens que fora do ballet representam personagens da peça do lago dos cisne como o diretor que ao mesmo tempo seria o príncipe mas também o bruxo do mal, e nessa psicose da Nina de não saber mais o que é real ou apenas imaginação da sua mente e da pressão enorme que todos botam nele e ainda mais a que ela bota em si mesmo para alcançar a perfeição o filme vai preparando muito bem a experiência para o ato final.

Fora o roteiro impecável dessa obra, os efeitos visuais desse filme são muito criativo, bem como filme é sobre ballet também e ballet sem espelho não é ballet, aqui o Aronofsky brincam com ele e usa como recurso para mostrar os devaneios de Nina, e também na montagem usando de espelhos unidirecional pra da uma estética único para esse filme, e na maioria das cenas usando câmera de mão, fora a trilha sonora com toques sutis seja num som de um cisne, o seu bater de asas, ao passo suave de uma bailarina, criando todo uma atmosfera que deixa o espectador completamente imersivo e angustiado querendo entender o que está acontecendo de fato e o que é apenas imaginação, e com o tempo que passa parece que tudo vai ficando mais caótico e confuso, mas no final tudo se justifica apesar dele ser meio subjetivo o que fica claro é que a Nina finalmente conseguiu o que tanto queria, a perfeição.

Cisne negro é genial, desde a performance incrível da Natalie Portman que lhe deu um Oscar de melhor atriz, ao roteiro que vai prendendo você e deixando perturbado e lhe recompensa no final com um deleite, a paletas de cores aos efeitos sonoros minuciosos que engrandecem esse filme, ao jogos com os espelhos até a sua mensagem complexa que ele quer passar, o filme é basicamente a busca de Nina pela perfeição, mas o que é perfeição ? Se Não um sonho surreal longe do nosso alcance, e para Nina naquele momento a liberdade era isso de todo aquele caos, dor que ela estava sentindo e tirando a sua própria vida assim como o conto original do lago dos cisne ela garante isso.

E eu acho isso maravilhoso esse filme a mensagem que ele traz, a maneira que mostra como nós humanos ficamos obcecados de alcançar padrões inalcançáveis e quando muita vezes não percebemos que o maior inimigo de nós mesmo e apenas a gente, se auto sabotando pelas nossas inseguranças levando a uma constante paranoia que parece não ter fim, o cisne negro passa isso de forma única no seu visual, estética, trilha sonora usando dos clássicos do Tchaikovsky, fotografia dos seus planos e com uma mensagem certamente significativa e oportuna para época, fora que até hoje não existe muitas obras que mostra como é o ballet uma dança tão linda e espetacular.


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